Tribunal de Justiça nega ligação com Fernandinho Beira-Mar

Desembargador Froz Sobrinho

O desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão, Froz Sobrinho, que responde pela coordenação geral do Grupo de Monitoramento Carcerário no estado, e o juiz Roberto Oliveira de Paula, titular da 1ª Vara de Execuções Penais (VEP), concederam- hoje pela manhã (10h30)- coletiva à imprensa, onde afirmaram que as declarações do traficante Fernandinho Beira-Mar são descabidas e que não refletem à realidade.

A manifestação do Judiciário maranhense se deu horas depois do programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, ter exibido, na noite de ontem (11), uma reportagem em que o traficante Fernandinho Beira-Mar conversa, por telefone interno do presídio federal de segurança máxima de Cantanduvas (PR), com o também detento e traficante Marcinho VP, onde garante ter ligação estreita com um desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão que resolve qualquer problema referente à transferência de presos para o estado.

Durante a coletiva, o desembargador Froz Sobrinho disse que o TJ não tem qualquer ingerência sobre a transferência de presos do sistema carcerário. Com relação ao envolvimento de um membro da Corte Judiciário do Maranhão, ele disse não ter conhecimento, mas que a direção do Tribunal irá apurar os fatos. "Já solicitamos uma cópia da gravação do programa (Fantástico)", declarou.

Juiz Roberto de Paula

Froz Sobrinho disse ainda que Fernandinho Beira-Mar pode estar se referindo ao advogado Luís Teles, que é desembargador aposentado há mais de 10 anos e que já teve Fernandinho Beira-Mar como seu cliente. "Talvez ele esteja se referindo a esse advogado, que tem uma ligação muita próxima a ele", disse o magistrado.

Para o juiz Roberto de Paula, tudo não passa de insinuações descabidas e sem qualquer fundamento e que qualquer transferência de presos para o Maranhão tem que passar pela 1ª Vara de Execuções Penais ao qual responde.

"Nenhum desembargador tem competência para fazer qualquer tipo de transferência de presos tanto de São Luís para outros estados ou vice-versa", garantiu.