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terça-feira, 26 de setembro de 2023

Professores da UEMA e UEMASUL denunciam governo Brandão ao Ministério Público por descaso com ensino no Maranhão



O presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Públicas do Maranhão (Sinduema), professor Bruno Rogens, informou que na última segunda-feira, 25, entregou ao promotor de justiça da Educação, Lindonjonson Gonçalves uma lista com 60 professores aprovados em concurso público para a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e para a Universidade da Região Tocantina (UEMASUL) que nunca foram nomeados pelo Governo do Estado.

Segundo o sindicalista postou em suas redes sociais, com a greve de professores nas duas instituições, que já perdura por mais de um mês, os docentes procuraram o Sindicato para denunciar a situação e encontrar uma solução plausível para o descaso do governo com o setor educacional universitário no Maranhão.



"Nomeação Já! O governo Carlos Brandão (PSB) está há mais de mês sem apresentar posição sobre a greve em desrespeito aos professores.  Agradecemos todos os apoios que continuam chegando! Todos professores no Joinpp que mandaram declarações de apoio. Essa solidariedade de classe é fundamental!", declarou nas redes sociais o dirigente Bruno Rogens.

Ainda na segunda-feira, após ser provocada pelo Sinduema Seção Sindical do Andes – Sindicato que nacionalmente representa os docentes das instituições de Ensino Superior – sobre sua participação em Sessão do Conselho de Administração (CAD) da Universidade, a UEMA recorreu a um parecer de sua Procuradoria Jurídica recebido com indignação pelos professores e professoras da instituição: na peça, acionando uma interpretação restritiva das normas da Universidade, é negada a manifestação ao Sindicato, inclusive sobre o mero uso da palavra, em sessões dos conselhos superiores.

Os docentes das universidades estaduais do Maranhão (UEMA e UEMASUL) estão em greve desde 24 de agosto reivindicando, entre outros itens: reposição das perdas salariais; recomposição orçamentária da UEMA e da UEMASUL; reajuste do vencimento dos professores substitutos que leve em conta sua titulação e pagamento do adicional de titulação em cada caso; retomada das obras paradas.



Censura

Sob a alegação de “inexistir previsão expressa ao direito à voz quanto a participação e acompanhamento de terceiros aos atos” (sessões de seus conselhos superiores), o parecer conclui que “é possível a participação do Sindicato ou qualquer pessoa às reuniões dos conselhos, desde que guarde silêncio e que não se manifeste com aplausos ou de forma a reprovar qualquer ato“, indicando assim negativa ao pronunciamento solicitado pelo sindicato em uma sessão que vai tratar justamente de um dos pontos de reivindicação da greve: foi em razão dessa mobilização dos professores que a reitoria da UEMA anunciou apressadamente que essa Sessão do CAD deliberaria especificamente sobre o reajuste dos vencimentos dos professores substitutos levando em conta a titulação. 

Não fosse a pressão da categoria, professores com pós-graduação como mestrado e doutorado seguiriam com vencimentos precarizados sem qualquer manifestação da Administração Superior. E agora, quando finalmente vai tratar do assunto, nega voz a um dos atores principais envolvidos no avanço anunciado, ainda mais num momento em que, segundo o Sindicato alertou a categoria, é preciso analisar cuidadosamente de que forma se dará esse reajuste, para que não seja negado aos atuais docentes substitutos esse direito – como ocorreu na UEMASUL.

Ademais, a interpretação casuística desconsidera o fato de o Sindicato representar os professores e professoras da própria UEMA, como se fosse mero “terceiro” sem direito a voz, em vez de parte diretamente interessada em participar dos debates da Universidade.

A peça com a qual a reitoria quer censurar o legítimo representante de seus professores e professoras nega a noção do que seja uma UNIVERSIDADE, espaço, por definição, do debate, do diálogo, da reflexão, e do confronto de ideias.

Essa manifestação da Administração da UEMA que desemboca em censura representa, assim, mais um ataque à própria Universidade, o que, por óbvio, não será tolerado pela comunidade acadêmica hoje mobilizada, e que nesta greve já deu mostras de força e determinação na defesa da Educação Pública e das universidades estaduais do Maranhão, conseguindo inclusive pautar a Sessão na qual pretendem silenciar um de seus representantes.

2 comentários:

  1. Desde abril o governo tem conhecimento da pauta, pois foi protocolada, mas até hoje não apresentou nenhuma proposta, parece que a UEMA e a UEMASUL com seus mais de 50 estudantes e 200 mil professores e professoras são invisíveis para o governo estadual, com isso, podemos inferir que a Educação não é importante para esse governo.

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