O presidente Lula (PT) segurou o anúncio da conclusão do seu ministério, no final de dezembro, para encaixar o União Brasil. Com 61 deputados e nove senadores, o partido nascido da fusão do PSL, pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu presidente em 2018, e do DEM, adversário histórico do PT desde os tempos de PFL, virou objeto de desejo do presidente pela quantidade de votos que poderia entregar nas votações no Congresso. A manobra de última hora surpreendeu até parlamentares do União e obrigou Lula a reacomodar ministros, inclusive do PT.
Mesmo sem se comprometer a integrar a base, a sigla ganhou três ministérios (Comunicações com Juscelino Filho, Turismo com Daniela Carneiro e Integração Nacional e Desenvolvimento Regional com Waldez Góes), número igual ao do MDB e do PSD, legendas mais contempladas na Esplanada depois do PT.
Dois meses após o início do governo, o saldo da aliança com o União é desanimador para o Planalto: o partido rende mais dor de cabeça do que votos para o novo governo. Os três ministros da cota da legenda viraram uma usina de problemas, em decorrência do histórico de condenação, ligação com milícia e outras irregularidades. Por outro lado, a bancada continua majoritariamente oposicionista.
O líder na Câmara, Elmar Nascimento (BA), dado quase como certo como ministro, mas barrado pelo PT baiano, é um dos principais focos de resistência. O deputado tenta manter o controle sobre a Codevasf, companhia responsável por obras hídricas no Nordeste e em áreas da região Norte e Sudeste. Um eventual acordo do Planalto com Elmar pode dar novo rumo à relação.
Com informações do Congresso em Foco
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