Quem começa a semana sendo destaque na imprensa é nada mais, nada menos que a prefeita "ostentação" afastada de Bom Jardim, Lidiane Leite (foto). Para tentar justificar o injustificável, a ex-gestora disse, em entrevista à revista Maranhão Hoje (edição de número 34), que chegou às bancas neste fim de semana, que nunca administrou de fato o seu município, pois desde o primeiro dia um grupo, que ela não menciona quem, mas certamente liderado pelo ex-marido, Beto Rocha, que era seu secretário de Governo, tomou conta da prefeitura, enquanto ela não participava de nada, apenas se divertia.
Não se sabe ao certo só por que agora a prefeita afastada resolveu sair do casulo e meter a boca no trombone. Suspeita-se que ela queira tirar o peso das costas que lhe foi conferido, mediante as denúncias de malversação de verbas públicas que levaram sua prisão pela Polícia Federal determinada pela Justiça Federal.
Lidiane Leite declarou em entrevista que não saberia mencionar as principais obras de sua gestão, se é que houve isso. Ela preferiu afirmar que não saberia informar, porque não participou de nada. Deixando claro que ela não mandava em nada, mas administrava muito bem o valor desviado em ostentações publicadas com ênfase nas redes sociais, com direito a "beijinho no ombro".
A revista Maranhão Hoje deixa explícito que a prefeita afastada Lidiane é um claro exemplo das falhas na legislação eleitoral brasileira. Apesar de filiada ao Partido Progressista (PP), não tinha nenhuma militância partidária, e sua candidatura foi definida, em 2012, menos de 48 horas antes do início da votação, não havendo tempo nem mesmo de colocar sua foto na urna eletrônica.
Os eleitores de Bom Jardim, portanto, nem sabiam que estavam elegendo, pois não havia feito comício, não havia cartazes ou santinhos com sua imagem e a foto que aparecia para os eleitores era a de Beto Rocha, que deixou de concorrer porque estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Em pelo menos dois anos e meio, como prefeita, Lidiane conseguiu anular três vezes, na Justiça do Maranhão, seu afastamento da prefeitura. Em abril de 2014 foi afastada por 30 dias, por improbidade administrativa, e retornou em 72 horas; em dezembro do mesmo ano, o prazo aumentou para 180 dias, mas teve liminar suspensa pelo Tribunal de Justiça em 48 horas; e em maio de 2015 foi cassada e retornou ao cargo em 72 horas.