Ex-senadora Marina Silva |
Por Edson Sardinha
Congresso em Foco
A Executiva Nacional da Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva tenta criar, se reúne novamente nesta quarta-feira (8) para decidir que posição tomar em relação ao segundo turno da campanha presidencial. Na discussão de ontem, promovida por teleconferência, só houve um entendimento: a Rede não apoiará a reeleição de Dilma Rousseff (PT). Mas não houve consenso sobre a declaração de apoio ao tucano Aécio Neves.
Parte do grupo defende que Marina permaneça neutra na disputa, em resposta aos ataques sofridos pela candidata do PSB tanto por parte do PT quanto do PSDB. Em sua participação, a ex-senadora disse que ainda amadurece a posição que anunciará amanhã (9) e ressaltou que, apesar de ser da Rede, sua candidatura era de uma coligação, que também precisa ser respeitada. Ontem o PPS, que apoiou a presidenciável, declarou apoio em Aécio.
O PSB, ao qual Marina se filiou após não conseguiu criar oficialmente a Rede, está dividido. Com o aval de familiares do ex-presidente do partido Eduardo Campos, uma ala importante do partido caminha para a aliança com o tucano. Outra parte, no entanto, prefere reatar com o PT por entender que as duas legendas têm mais bandeiras em comum.
Marina admite apoiar Aécio desde que o candidato assuma compromissos de seu programa de governo, como o fim da reeleição, a instituição de escolas em tempo integral e a defesa da sustentabilidade.
“A posição é pela não continuidade do atual governo. Nós queremos uma mudança, mas uma mudança qualificada”, disse o porta-voz da Rede, o ex-deputado Walter Feldman (PSB-SP), ex-PSDB. Segundo ele, a Executiva concordou que a alternância de poder favorece a democracia. Parte dos militantes também não escondeu mágoa com o PT, acusando o partido de ter dificultado a criação da Rede no ano passado.