Jornalista Décio Sá |
Pouco mais de um mês após serem divulgados na internet os depoimentos de testemunhas da morte do jornalista Décio Sá, pela segunda vez consecutiva, detalhes da investigação vazaram na rede mundial.
No fim da tarde de segunda-feira (18), o depoimento do homem que confessou à polícia ter assassinado o jornalista Décio Sá foi publicado na internet. O documento é um relatório da comissão de delegados constituída para apurar e elucidar o caso.
Nele, o homem suspeito de ter sido contratado para matar o jornalista, narra com minúcias toda a ação no dia do crime, desde a forma como acompanhou o jornalista na saída de seu local de trabalho, até o bar Estrela do Mar, onde cometeu o assassinato, na noite do dia 23 de abril, na Avenida Litorânea.
O suspeito inicia reafirmando que o crime aconteceu devido a postagens escritas no blog do jornalista, relacionando os mandantes de seu assassinato com outro cometido em Teresina (PI), contra o empresário Fábio Brasil. Estes crimes, segundo o relatório, também seriam relacionados com fraudes em licitações e agiotagem em prefeituras no interior do Maranhão.
O relatório mostra que o assassino passou entre dois ou três dias realizando um levantamento para identificar as rotinas do jornalista, principalmente nos horários que costumava entrar e sair da empresa (Sistema Mirante) onde trabalhava.
Após este levantamento, Jhonathan confessa que seguiu Décio Sá até da Avenida Litorânea e que lá efetuou os disparos na cabeça e nas costas do jornalista. Em seguida, com a ajuda de um motoqueiro, ele afirma que fugiu pela avenida e depois subiu as dunas no local, para mais tarde se esconder em um sítio no bairro Miritiua e dias depois, fugir para o interior do Estado. Questionado sobre os mandantes do crime, o executor cita os nomes de Júnior Bolinha, Capitão, Gláucio, Buchecha e Cutrim.
Secretário reafirma sigilo- Este é o segundo vazamento relacionado com a execução de Décio Sá que acaba sendo publicado na internet. Em 3 de maio, o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Antônio Guerreiro Júnior, determinou a abertura de Procedimento Administrativo para que fosse apurado o repasse de informações à imprensa, mesmo após a decretação de sigilo no caso.
Em contato com o G1, por volta das 21h40 de ontem, o secretário de Segurança Pública (SSP), Aluísio Mendes, afirmou não ter tomado conhecimento ainda sobre o conteúdo publicado nos blogs e que as investigações permanecem sob sigilo.
A assessoria da Secretário de Segurança Pública (SSP) também manteve contato com o G1 e esclareceu que nenhum de seus setores divulgou o conteúdo do depoimento de Jhonatan Sousa Silva e que a polícia não possui “interesse na difusão do documento, pois a tática adotada e exitosa sempre foi a do sigilo”.
Também declarou que o processo está seguindo os trâmites normais, "sendo que o documento foi encaminhado aos órgãos da Justiça como subsídio para o pedido de prisão preventiva dos acusados e que seu conteúdo também foi disponibilizado aos advogados dos réus".
Por meio de sua assessoria, a Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ) informou que determinou a abertura de Procedimento Administrativo para que fosse apurado o vazamento do relatório.