Fábio Gondim assume secretaria em Brasília |
Por Wilson Lima
Do Congresso em Foco
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), deu posse nesta quinta-feira (23) ao consultor do Senado Fábio Gondim, de 47 anos, na função de secretário da Saúde do Distrito Federal. Gondim foi secretário de Gestão e Previdência do governo Roseana Sarney (PMDB), no Maranhão, e é afilhado político e considerado “homem de confiança” do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP).
Na quarta-feira (22), o então secretário de Saúde, João Batista de Sousa, pediu exoneração do cargo após sofrer duras críticas de deputados distritais e também por denúncias sobre a proliferação da bactéria KCP – a chamada superbactéria – em hospitais públicos do DF. Ao tomar posse, o novo secretário disse que tem como prioridade “descentralizar o modelo de gestão”. “Dessa maneira, vamos dar maior agilidade a processos como compra de medicamentos e assinatura de contratos”, afirmou hoje Gondim em solenidade no Palácio do Buriti, sede do governo distrital.
Gondim fez carreira apadrinhado pela família Sarney. Em 2009, ele foi escolhido por Sarney, na época presidente do Senado, como integrante da comissão de sindicância que apurou o uso dos atos secretos na Casa. A comissão concluiu os trabalhos recomendando a abertura de processo administrativo contra dois ex-diretores do Senado, o hoje deputado distrital Agaciel Maia (PTC) e João Carlos Zoghbi. O relatório final não citava nem Sarney, que era apontado como principal responsável pelos atos secretos, nem qualquer outro senador, sob o argumento de que faltava à comissão de sindicância competência para investigar parlamentares. À época, Gondim chegou a ser cotado para assumir a diretoria-geral no lugar de Agaciel.
Após atuar como secretário do governo de Roseana, indicado pelo próprio Sarney, tentou se eleger deputado federal. Lançou a candidatura em 2014, pelo PT, também com apoio de integrantes da família Sarney, mas acabou não se elegendo.
Durante sua posse, Gondim disse também que está em seus planos mudar o foco da atenção à saúde. Hoje, segundo o governo do Distrito Federal, 27% dos atendimentos na capital federal são na atenção básica (postos de saúde e de pronto atendimento). O objetivo, para Gondim, é subir o índice para 80%. “Com isso, desafogaremos os hospitais”, justificou. Outra preocupação de Gondim é melhorar as emergências e os prontos-socorros da rede hospitalar. “Enquanto a mudança do foco não for realidade, é preciso garantir que os pacientes tenham assistência de qualidade nos hospitais.”