EDITORIAL
A vida é mesmo o fio de uma navalha. Em menos de um instante a luz se apaga e o palco da ilusão fica pra trás. Em tempos de pandemia do novo coronavírus a incerteza é cada dia inimiga da razão e estamos todos à mercê do inesperado sempre.
Assim, podemos descrever a passagem do amigo radialista Juarez Sousa, 58 anos, que morreu na manhã desta sexta-feira, em pleno mês de um Carnaval que não houve, mais uma vítima de complicações da famigerada Covid-19, que já ceifou a vida de mais de 2,4 milhões de pessoas no mundo e no Brasil já atinge mais de 250 mil mortes.
O nobre companheiro Juarez, homem de personalidade forte, estava internado no Hospital Carlos Macieira, há mais de uma semana, lutando contra um vírus agressivo que não perdoa ninguém. Além disso, ele não resistiu a infecções de origem bacteriana que acabaram levando-o para um outro plano espiritual.
No final de janeiro, tive a honra de, pela última vez, encontrar com o amigo Juarez no estacionamento da Câmara Municipal de São Luís, onde por mais de uma década trabalhamos juntos nas coberturas políticas do Legislativo da capital maranhense.
Juarez atuou bravamente em diversos meios de comunicação da Ilha, com ênfase para os atributos da cultura popular, indo do Bumba-Meu-Boi, sua paixão, até o Carnaval, atuando ao lado de figuras como a saudosa radialista Helena Leite e o jornalista Joel Jacinto, a quem tenho apreço e admiração.
Mais recentemente, Juarez mostrou seus dotes como cantor de bolero, chegando a lançar um CD de toadas de boi, em ritmo de bolero. Sempre com o sorriso no rosto de quem nunca perde a esperança de ser feliz.
Com a partida do amigo Juarez Sousa ficam apenas as boas lembranças de um tempo que não voltará jamais.
Descanse em paz!