Por Rudolfo Lago
Diretor do Congresso em Foco Análise
Quando o protagonista de um programa destinado a esclarecer as últimas dúvidas do eleitor às vésperas de uma eleição foi um padre aparentemente fajuto em quem ninguém vota, fica mais do que claro que existe algo de muito errado no formato do programa e nas suas regras.
Padre Kelmon, o candidato do PTB, é o retrato pronto e acabado do fracasso de alguns aspectos do nosso modelo democrático, dos prejuízos políticos da nossa enorme pulverização partidária, da tibieza de caráter da nossa elite política, da necessidade imperiosa de o país exterminar de vez aquilo que o jornalista Lúcio Vaz batizou em um livro de sua autoria de “Ética da Malandragem”.
O site de humor Sensacionalista brincou que Padre Kelmon foi confundido com um figurante ao chegar nos estúdios da TV Globo. O também humorista Fábio Porchat garantiu aos seus seguidores nas redes sociais que o suposto padre não era um personagem do seu programa Porta dos Fundos. Porque em tudo Padre Kelmon era caricato. Em tudo ele gritava em todos nós o profundo questionamento sobre por que tal figura estava ali.
A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, foi extremamente feliz ao pespegar em Kelmon a pecha de “padre de festa junina”. Porque era exatamente isso o que ele parecia. Se declara padre da Igreja Ortodoxa. A comunhão ortodoxa brasileira diz que padre da congregação ele não é. Ele afirma que seria ligado a uma certa Igreja Ortodoxa do Peru, mas aí também há controvérsias. A cruz extravagante que ele usa não faz parte da vestimenta tradicional de um padre. Nem a touquinha. Assim, boa parte do elemento religioso que ele apresenta seria falso. Fantasia, e não indumentária religiosa.
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