O desbloqueio de bens da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB/foto), por determinação do desembargador Froz Sobrinho, traz de volta a discussão familiar sobre a provável venda da TV Mirante em São Luís e Imperatriz. Isso porque a negociação das emissoras, pertencentes ao Grupo Mirante, que estava praticamente acertada com um forte grupo empresarial de Minas Gerais, acabou sendo suspensa nas últimas semanas por conta da insegurança jurídica que os compradores identificaram com a decretação pela Justiça da indisponibilidade de bens da ex-governadora, que sócia das empresas em questão.
Há quem aposte que com essa nova decisão do desembargador, Roseana possa se sentir livre, leve e solta para retomar o poder de negociação com o grupo empresarial mineiro. Atualmente, quem está controlando toda parte administrativa da TV Mirante é o marido da ex-governadora, Jorge Murad, com o aval do ministro de Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), que também integra a sociedade, ao lado do empresário Fernando Sarney, no comando das empresas de televisão tanto na capital quanto na região tocantina.
No entanto, as especulações continuam já que Roseana deve agora se concentrar na possibilidade de vir a ser candidata, pela quinta vez consecutiva, ao governo do Maranhão, deixando que a negociação da TV Mirante fique a cargo do marido Jorge Murad, com o aval também do ex-presidente José Sarney, que se mantém também focado nas articulações políticas em Brasília.
Quem não gostou nada do desbloqueio de bens da ex-governadora foi o promotor de Justiça, Paulo Roberto Barbosa Ramos, que é titular da 2ª Promotoria de Defesa da Ordem Tributária e Econômica de São Luís, ao tomar conhecimento da decisão do desembargador Froz Sobrinho, do Tribunal de Justiça do Maranhão.
"Muito estranho que um desembargador nomeado com a anuência da ré, durante um dos seus governos, tenha tomado esse tipo de medida. Por que decidiu (o promotor) dessa maneira tão rápida", criticou Paulo Roberto.