O portal de notícias do Piauí, GP1 (www.gp1.com.br), revela que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), contratou por R$ 30 milhões a Agência Terruá Ltda, citada na Operação Lava Jato, para a prestação de serviços de marketing promocional para atender as demandas da secretaria de estado de Comunicação Social.
Os contratos foram assinados nos anos de 2016, 2017 e 2018. A reportagem é assinada pela jornalista Wanessa Gomes, de Teresina, e mostra que a empresa foi citada, pela Polícia Federal, em relatório de análise de mídia apreendida na casa de Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior, em Recife, acusado de intermediar o pagamento de propina ao ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine.
Segundo o relatório, de 23 de junho de 2016, a Agência Terruá e a Arcos Propaganda Ltda, de propriedade de Antônio Carlos e de seu irmão, André Gustavo Vieira da Silva, firmaram um instrumento particular de contrato de constituição de sociedade em conta de participação, onde a primeira era sócia oculta (investidora) e a segunda, a sócia ostensiva (sociedade limitada), com o objetivo de realizar planejamento, criação e coordenação da execução de soluções de comunicação do cliente "Embaixada da China".
Contratos
O primeiro contrato foi assinado no dia 21 de janeiro de 2016, pelo secretário de Comunicação, Robson da Paz Pereira, no valor de R$ 10 milhões, com a validade de 12 meses, tendo sido realizado dois aditivos, no mesmo valor, em janeiro de 2017 e janeiro de 2018.
Em 2016, a agência recebeu R$ 1.651.789,74, tendo sido empenhado R$ 1.914.801,65 e liquidado R$ 1.850.407,74. Já em fevereiro de 2017, a agência havia recebido R$ 3.721.614,93, tendo sido empenhado o valor de R$ 4.400.261,31 e liquidado R$ 4.400.261,31 e liquidado R$ 4.198.560,98.
Antônio Carlos e o irmão André Gustavo foram presos em julho do ano passado, durante a 42º fase da Operação Lava Jato. Eles foram soltos em outubro do mesmo ano.
De acordo com a denúncia, a Arcos Propaganda Ltda foi utilizada para lavar o dinheiro repassado pela Odebrecht a Bendine. A denúncia afirma que a empreiteira pagou R$ 3 milhões em propina para o ex-presidente da Petrobras.
Defesa
Procurada pela reportagem, a Assessoria da Secretaria de Estado de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap) informou que desconhece o fato citado e que a referida agência venceu licitação pública, realizada pelo governo do Maranhão e que está prestando serviços regularmente desde então.