Barbosa vem acompanhando o debate com preocupação e contrariedade. Acredita que mudar o regime de governo para combater crises é uma “aventura” e que os paralelos feitos com o sistema francês não fazem sentido no Brasil. Lá, afirma ele, o semipresidencialismo foi adotado para corrigir um sistema parlamentarista que era uma “balbúrdia”.
O ex-ministro defende o presidencialismo e diz que o sistema, adotado no Brasil há mais de um século, vem sendo aprimorado. Conferiu estabilidade por longo período ao país —e tem o condão de contornar crises mais graves, como uma eventual aventura autoritária do atual governo.
O debate sobre o semipresidencialismo ganhou corpo recentemente, com apoio de ministros do Supremo Tribunal Federal como Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, de intelectuais e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Por que o senhor está contrariado com o debate sobre a adoção do semipresidencialismo no Brasil? Como você vai mudar de uma hora para a outra um sistema [o presidencialismo] que vem sendo aplicado há 130 anos no país, e trocar por algo que não se conhece? Eu acho isso muito irresponsável. Por isso me dispus a falar sobre esse tema.