O caso está sendo tratado como o "Bolsolão do Asfalto", cuja auditoria do TCU encontrou indícios de ações fraudulentas, envolvendo um cartel de empreiteiras para manipular o resultado de licitações na Codevasf, sendo a maior beneficiada uma empreiteira do Maranhão.
Vale ressaltar que a empreiteira Engefort tem conquistado a maioria das concorrências de pavimentação do governo do presidente Bolsonaro. A empresa venceu diferentes licitações nas quais participou sozinha ou na companhia de uma empresa de fachada registrada em nome do irmão de seus sócios, a Del Construtora.
A informação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo na segunda-feira, 11. A reportagem aponta que a construtora, com sede na cidade de Imperatriz, no sudoeste do Maranhão, explodiu em verbas na atual gestão e assinou contratos para asfaltamento mesmo longe de sua base.
De acordo com a Folha, o governo reservou aproximadamente R$ 620 milhões do Orçamento para pagamentos à empresa, sendo que R$ 84,6 milhões já foram quitados. Apesar do volume de negócios com o governo, a empresa não respondeu à Folha sobre seus contratos e a firma de fachada usadas nas concorrências.
A fonte de recursos da empreiteira são contratos com a Codevasf, estatal federal entregue por Bolsonaro ao Centrão, além de verbas das emendas parlamentares. Procurada pela reportagem, a Codevasf não emitiu posicionamento sobre o tema.
A auditoria do TCU encontrou uma redução drástica do desconto médio nas licitações entre 2019 e 2021, de 24,5% para 5,32%. Novamente, os indícios apontam para a Engefort: nas 50 licitações que venceu em 2021, a empresa deu em média um desconto de apenas 1%, muito abaixo do padrão.