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Vereadora Luciana Mendes (PTdoB) |
Cerca de 2 mil pessoas perambulam pelas ruas de São Luís. Eles são imperceptíveis aos olhos da maioria dos transeuntes, que se habituaram a seguir a rotina sem parar para ouvir as vozes que vêm das calçadas. Quando são notadas quase sempre é porque se tornaram um incômodo, ou uma ameaça.
Para tentar mudar essa situação e acolher essas pessoas em um local especifico, a vereadora Luciana Mendes (PTdoB) apresentou à Câmara Municipal requerimento solicitando do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) a construção de um albergue municipal. “Somos todos seres humanos. Independentemente dos motivos que levaram as pessoas a essa condição, algo precisa ser feito”, pontuou.
Em sua reivindicação, Luciana pede que o albergue seja um espaço que ofereça abrigo temporário, alimentação, higiene pessoal e acomodações para o descanso noturno. Além disso, a proposta pede também que a prefeitura tenha uma equipe multidisciplinar, com profissionais nas áreas de saúde e assistência social para abordar e encaminhar as pessoas ao albergue. Há ainda um item que designa espaço para atividades que redirecionem o morador de rua de volta à sociedade.
“O local será um importante complemento de assistência para inserir os moradores de rua ao seio familiar. Não podemos tratar as pessoas que vivem nas ruas apenas como ‘coitadas’. Devem ser inseridas novamente ao convívio social, recuperando sua identidade”, explica a parlamentar em sua justificativa.
De acordo com dados obtidos pela assessoria da vereadora junto à Secretaria Municipal de Assistência Social, a capital maranhense tinha em 2011, 510 pessoas em situação de rua. Em 2012, o número de pessoas morando nas ruas pulou para 627.
Este ano, a Secretaria Municipal de Assistência Social já cadastrou mais de 64 pessoas, porém, até o mês de dezembro, esse índice pode aumentar. Para efeito de comparação, entre 2011 e 2012, segundo as informações da Semcas, a população total da capital teve um crescimento de 22%.
Para Luciana, o serviço de acolhimento não se trata de caridade, mas de direito das pessoas nessa condição à cidadania. Destacou que o objetivo é tratar do morador de rua, levando em questão todas as suas particularidades. “A ideia é que o albergue seja um espaço de apoio e não somente local para passar a noite”, declarou.
A vereadora tem boas expectativas sobre a aprovação do requerimento que entra em pauta essa semana. “Espero ter resposta positiva. Não podemos lembrar-nos dos moradores de rua apenas quando as temperaturas caem, pois estão lá todos os dias”, afirmou.
Segundo a vereadora, estudos destacam fatores como álcool, drogas e problemas familiares as principais causas que levam as pessoas a viver nas ruas, e que nos últimos dez anos, essa condição cresceu junto às pessoas entre 25 e 45 anos, na maioria homens.