Índios sentados na calçada do prédio da Assembleia Legislativa do Maranhão |
De O Estado
Representantes de 29 comunidades indígenas do interior do Maranhão permaneceram ontem, 8, pelo segundo dia consecutivo, acorrentados na galeria do plenário da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). De acordo com os representantes das tribos, até o momento, o Governo do Estado não abriu negociação com as lideranças, que querem melhorias para as comunidades no sistema educacional.
Além dos indígenas acorrentados que, em sua maioria, estão em greve de fome , cerca de 100 representantes indígenas se concentraram, desde a manhã de ontem, do lado de fora da sede da Alema, na avenida Jerônimo de Albuquerque,com colchonetes e pouca comida.
De acordo com o cacique José Marcolino Guajajara, da tribo Guajajara da cidade de Arame, nenhuma das promessas feitas pelo Governo do Estados no que diz respeito às melhorias nas unidades escolares foi cumprida. “ Não sairemos daqui enquanto não houver uma solução convincente por parte do governo”, disse.
Outra liderança indígena, Uirauchene Alves disse que ele e seus companheiros estão sendo ameaçados para deixaram o plenário da Assembleia e retornaram às suas tribos." Estão ameaçando nos tirar daqui. Isso aqui é a casa do povo e nada mais justo ficarmos neste local para que possamos reivindicar nossos direitos”, disse.
Ele garantiu que caso as reivindicações não sejam atendidas, os indígenas não deixarão a Assembleia. "Caso nada seja feito, vamos permanecer aqui sim, com certeza. Estamos com poucos mantimentos, mas seremos fortes nesta causa”, afirmou.
Cobrança Os índios estão cobrando a reativação do conselho indígena de educação, cursos de formação continuada para professores indígenas, novos contratos para diretores, zeladores e vigias, além do pagamento do transporte escolar para alunos se deslocarem das aldeias até as escolas.
Segundo lideranças indígenas, essas foram promessas de campanha do governador Flávio Dino. Por causa do não cumprimento das promessas, eles já haviam se acorrentado na sede da Seduc na semana passada. Após a ocupação da semana passada, a Secretaria de Estado da Educação informou, por meio de nota, que se reuniu com lideranças indígenas e apresentou o cronograma de pagamentos do Governo para o transporte escolar indígena.
Eles chegaram também a fazer manifestações em frente ao Palácio dos Leões, que foi cercado pela Polícia Militar (PM). Sem serem recebidos pelo Governo, eles decidiram se acorrentar na Assembleia Legislativa para chamar a atenção das autoridades.