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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Wellington do Curso cobra fim da greve dos professores

O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Luís pelo PP, Wellington do Curso (foto), declara que o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) tome uma postura mais firme para interferir e acabar de uma vez por todas com a greve dos professores da rede municipal de ensino da capital.

"É inadmissível que o prefeito (Edivaldo) não evite uma nova paralisação de professores, uma vez que muitas escolas começaram o ano letivo atrasado", declarou o parlamentar.

No entanto, o prefeito Edivaldo tem se mostrado aberto ao diálogo e garante que o Executivo já sinalizou com um reajuste de 10,67%, enquanto os professores exigem 11,36%, o que mostra intransigência da categoria.

Sarney diz que Lula considera Dilma um erro político

O ex-senador José Sarney (PMDB) mantendo conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Ainda repercute bastante nos meios políticos um novo trecho de diálogos gravados pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em que o ex-senador e ex-presidente da República, José Sarney (PMDB), afirma que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera a escolha da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), para sucedê-lo, como o mais grave erro.

A reprodução do diálogo, gravado por Sérgio Machado, foi veiculado no último sábado, 28, do Jornal Hoje e no Jornal Nacional, da TV Globo. A conversa foi gravada na residência do próprio ex-senador José Sarney.

No diálogo Machado diz a Sarney : "Agora, tudo por omissão da dona Dilma", numa alusão às investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que vem aterrorizando o mundo político em Brasília.

Sarney responde: "Ele (Lula) chorando. O que ia contar era isso. Ele me disse que o único arrependimento que ele tem é ter ajudado a eleger a Dilma (Rousseff). Único erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos", diz Sarney no diálogo.

sábado, 28 de maio de 2016

Inconformidades no cenário tucano

Luís Fernando aposta fichas em Neto Evangelista
A recente aliança entre o PSDB e a deputada federal Eliziane Gama (PPS), para um eventual apoio da parlamentar na disputa para a Prefeitura de São Luís, nas eleições de outubro deste ano, ainda não foi bem digerida pelo pré-candidato tucano a prefeito de São José de Ribamar, Luís Fernando Silva, que aposta todas as fichas numa candidatura própria do partido na capital maranhense, tendo a frente o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Neto Evangelista, que foi rifado sem dó, nem pena. 

Assim como no município de São José de Ribamar, Luís Fernando defende com unhas e dentes que o partido tem que crescer no cenário eleitoral e ter dois prefeitos eleitos, do mesmo partido, atuando na região metropolitana de São Luís seria muito positivo. "Continuo declarando meu apoio incondicional à uma eventual candidatura de Neto Evangelista e que isso possa se concretizar de fato", frisou.

Como argumento, o tucano Luís Fernando diz que evidencia a capacidade gerencial do jovem correligionário político à frente da Secretaria de Estado Desenvolvimento Social (Sedes).

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Até Sarney descobriu que nada será como antes no Brasil da Lava Jato


Por Augusto Nunes
Da Veja

Brasília- Na conversa entre José Sarney (foto) e Sérgio Machado, gravada pelo Mário Juruna do Petrolão, o ex-presidente da República se dispõe a ajudar o ex-presidente da Transpetro a escapar da Operação Lava Jato sem recorrer ao acordo de delação premiada ─ desde que o amigo em apuros atendesse a uma exigência: não meter advogado no meio. Eis aí outra evidência de que a República de Curitiba melhorou o país.

Até 2014, o manual dos corruptos ensinava que todo delinquente prestes a embarcar na traseira do camburão deveria chamar imediatamente um advogado especializado em demonstrar a inocência de qualquer culpado e capaz, se necessário, de empurrar o desfecho do caso, com incontáveis recursos, até o século seguinte. Em poucas horas, o bandido em perigo estava livre, leve e solto para continuar ampliando o prontuário.

Agora, os advogados sensatos propõem ao cliente que feche o quanto antes um acordo com a Justiça. O que disse a Sérgio Machado informa que até Sarney descobriu que nada será como antes: a Lava Jato mudou o Brasil.

Gardeninha pode implodir candidatura de Eliziane Gama


A pré-candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS) à Prefeitura de São Luís pode sofrer um revés político de rejeição. Isso porque o nome da ex-deputada estadual Gardênia Castelo (PSDB/foto), mais conhecida por "Gardeninha", deve compor chapa a vice encabeçada pela parlamentar na disputa à Prefeitura de São Luís.

O problema é que o nome de Gardeninha foi uma articulação do seu pai, deputado João Castelo, que para abdicar da disputa interna no PSDB, na corrida sucessória ao governo municipal, colocou como condição básica que sua filha fosse vice na campanha eleitoral de Eliziane Gama.

Como se observa os fins na política justificam os meios. Mas faltou combinar com o povo, já que Gardeninha destruiu a gestão do próprio pai, quando assumiu a Prefeitura da capital maranhense (2008 a 2012). 

Neto Evangelista fica de fora no PSDB


A decisão do PSDB maranhense em apoiar a pré-candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS) à Prefeitura de São Luís, nas eleições de outubro deste ano, deixou de fora a figura do deputado estadual licenciado e secretário estadual de Desenvolvimento Social, Neto Evangelista (foto), que já se articulava para sair com candidatura majoritária pela alta cúpula do tucanato.

Neto Evangelista levou uma rasteira no PSDB quando o ex-prefeito da capital e atual deputado federal João Castelo resolveu abrir mão de sair candidato à Prefeitura, deixando o partido livre para fazer alianças com outros partidos, em especial com o PPS. Como prêmio a filha de Castelo dev ser candidata a vice na chapa a ser encabeçada pela deputada Eliziane.

Até agora o secretário Neto Evangelista ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas há informações de que ele não concorda com esse posicionamento da direção do PSDB.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Em gravações, Sarney e Renan articulam influência sobre Zavascki

Amigos de longas datas o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente da República, José Sarney
Da Veja

Brasília- As primeiras gravações de conversas entre o ex-presidente José Sarney (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, divulgadas ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, não implicaram a dupla de caciques peemedebistas tanto quanto o senador Romero Jucá (PMDB-RR), flagrado tramando um "pacto" para "estancar a sangria" provocada pela Operação Lava Jato. Sarney aparece prometendo ajuda a Machado para não ter o caso remetido ao juiz Sergio Moro e Renan defende mudanças na lei de delações premiadas. 

Novos trechos de gravações feitas por Machado, divulgadas na noite de ontem pelo Jornal da Globo, da TV Globo, no entanto, mostram ele, Sarney e Renan buscando meios de influenciar o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Sérgio Machado entregou os áudios à Procuradoria-Geral da República em seu acordo de delação premiada, homologado ontem por Zavascki.

Em diálogo gravado no dia 10 de março, Sérgio Machado relata a José Sarney o temor de que fosse "jogado para baixo", ou seja, tivesse o caso nas mãos de Moro, e se queixa de que com "Teori ninguém consegue conversar". O ex-presidente, então, sugere o nome do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha como interlocutor junto a Zavascki: "Você se dá com o Cesar? Cesar Rocha?", indaga Sarney, que em seguida pondera que Rocha "tem total acesso ao Teori. Muito, muito, muito, muito acesso, muito acesso. Eu preciso falar com Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar".

Na mesma conversa, Sarney se diz preocupado "porque eu sou o único que não estive num negócio desses, sou o único que não estive envolvido em nada" e Machado responde que "o que acontece é que a gente tem que me ajudar a encontrar a solução". O ex-presidente da Transpetro, então, questiona, referindo-se a Sergio Moro: "agora, eu preciso, se esse p... me botar preso um ano, dois anos, onde é que vai parar?", e ouve como resposta que "isso não vai acontecer. Nós não vamos deixar isso".

No dia seguinte, 11 de março, outra gravação de Sérgio Machado mostra uma conversa entre ele, Renan e Sarney. Os peemedebistas citam o advogado Eduardo Ferrão como outro possível canal de influência sobre o ministro do STF. Sarney diz que "o Renan me fez uma lembrança que pode substituir o Cesar. O Ferrão é muito amigo do Teori". Mentor da ideia, o presidente do Senado pondera que "tem que ser uma coisa confidencial" e Machado conclui: "só entre nós e o Ferrão".

Também no dia 11 de março, Machado gravou uma conversa apenas com Renan Calheiros, em que relata ao padrinho político que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "tem certeza que eu sou o caixa de vocês", "acha que no Moro, o Moro vai me prender, e aí quebra a resistência" e "se me jogar lá embaixo, eu tou f...". Lacônico, Renan responde que "isso não pode acontecer".

Em nota divulgada nesta quinta-feira, o presidente do Senado diz que "não tomou nenhuma iniciativa ou fez gestões para dificultar ou obstruir as investigações da operação Lava Jato, até porque elas são intocáveis e, por essa razão, não adianta o desespero de nenhum delator".

Odebrecht - Nos diálogos veiculados pelo Jornal da Globo, Sarney faz mais comentários sobre a delação premiada da Odebrecht. Em trechos divulgados ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente se refere ao potencial de destruição das revelações da empreiteira afirmando que "a Odebrecht vem com uma metralhadora ponto 100".

"A Odebrecht [...] vão abrir, vão contar tudo. Vão livrar a cara do Lula. E vão pegar a Dilma. Porque foi com ele quem tratou diretamente sobre o pagamento do João Santana foi ela. Então eles vão fazer. Porque isso tudo foi muito ruim pra eles. Com isso não tem jeito. Agora precisa se armar. Como vamos fazer com essa situação. A oposição não vai aceitar. Vamos ter que fazer um acordo geral com tudo isso", propõe o ex-presidente a Sérgio Machado, que sugere "inclusive com o Supremo. E disse com o Supremo, com os jornais, com todo mundo". Sarney, enfim, conclui: "Supremo... Não pode abandonar".

Acordos de leniência - Os novos trechos de diálogos também mostram José Sarney e Machado discutindo meios de enfraquecer a Lava Jato. A solução aventada por ambos é a aprovação da medida provisória editada pela presidente afastada Dilma Rousseff que regulava os acordos de leniência e permitia que as empresas que admitissem culpa e pagassem multas voltassem a obter contratos com a administração pública.

"Outro caminho que tem que ter é a aprovação desse projeto de leniência na Câmara o mais rápido possível, porque aí livra o criminal. Livra tudo", pondera o ex-presidente da Transpetro. "Tem que lembrar o Renan disso. Para ele aprovar o negócio da leniência", responde Sarney.

Delações premiadas - Sarney e Renan aparecem nas gravações feitas por Sérgio Machado conversando sobre a legislação que regula delações premiadas. "O importante agora, se nós pudermos votar, que só pode fazer delação, é só solto", sugere o ex-presidente, com quem Renan concorda: "Que só pode solto, que não pode preso. Isso é uma maneira sutil, que toda sociedade compreende que isso é uma tortura".

Delação da Odebrecht 'vem como uma metralhadora ponto 100', diz Sarney em gravação


Da Veja

Em conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente José Sarney (PMDB/foto) disse que a delação premiada que a Odebrecht e seus executivos estão prestes a fechar no âmbito da Operação Lava Jato "vem com uma metralhadora de ponto 100". O conteúdo dos áudios foi divulgado nesta quarta-feira pelo site do jornal Folha de S. Paulo. 

Assim como Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), Sarney foi um dos três caciques peemedebistas gravados em diálogos com Machado, que entregou os áudios à Procuradoria-Geral da República em seu acordo de delação premiada, homologado hoje pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki.

Relacionando as possíveis revelações da empreiteira à presidente afastada Dilma Rousseff, Sarney afirmou que "nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela (Dilma) está envolvida diretamente é que ela falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do... E responsabilizar aquele [inaudível]". Ele não mencionou em qual campanha teriam ocorrido as irregularidades envolvendo a petista.

Além de Sarney, Renan Calheiros também falou sobre o potencial de destruição das possíveis revelações da empreiteira. Ao comentar a situação de Dilma, Machado disse a ele que a Odebrecht "vai tacar tiro no peito dela, não tem mais jeito". E Renan responde: "Tem não, porque vai mostrar as contas", em uma possível referência às contas de campanha da petista.

A respeito da Lava Jato, Sarney afirmou que governos petistas são os responsáveis pelo esquema de corrupção na Petrobras. "Esse negócio da Petrobras, só os empresários que vão pagar, os políticos? E o governo que fez isso tudo, hein?", questionou o ex-presidente.

Após Machado citar que "não houve nenhuma solidariedade" de Dilma a Lula, provavelmente em referência às investigações da Lava Jato que avançam sobre o petista, José Sarney concordou, e aproveitou para criticar o juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da operação em Curitiba: "Nenhuma, nenhuma. E com esse Moro perseguindo por besteira".

Em outro trecho da conversa gravada, Sarney diz a Machado que poderia ajudá-lo a evitar que as investigações contra ele no petrolão fossem remetidas à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde despacha Moro. "O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]", prometeu o ex-presidente.

Diante de relatos de Machado de que havia "insinuações", provavelmente do Ministério Público Federal, por uma delação premiada, José Sarney se mostrou preocupado com a possibilidade e disse a ele que "nós temos é que conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no meio".

Confira abaixo os principais trechos da conversa entre Renan e Machado:

Michel Temer - Ao ouvir de Sérgio Machado que os partidos de oposição ao governo petista "achavam que iam botar tudo mundo de bandeja..." José Sarney disse que os opositores resistiam a apoiar o governo de Michel Temer. Segundo o ex-presidente, "nem Michel eles queriam, eles querem, a oposição. Aceitam o parlamentarismo. Nem Michel eles queriam. Depois de uma conversa do Renan muito longa com eles, eles admitiram, diante de certas condições".

Lula - Após Machado dizer "acabou o Lula, presidente", José Sarney concordou e afirmou que "o Lula acabou, o Lula, coitado, deve estar numa depressão". Em outro trecho do diálogo gravado pelo ex-presidente da Transpetro, o peemedebista relata que "soube que o Lula disse, outro dia, ele tem chorado muito. [...] Ele está com os olhos inchados".

PSDB - Assim como nos diálogos gravados com Renan Calheiros e Romero Jucá, Sérgio Machado mencionou o PSDB. Ele disse que os tucanos "sabem que são a próxima bola da vez" ao que Sarney acrescentou: "Eles sabem que eles não vão se safar". O partido informou nesta quarta-feira que irá processar Machado por menções ao presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG).

Delcídio - Depois de Sérgio Machado dizer que o Supremo Tribunal Federal "rasgou a Constituição", José Sarney lembrou o caso do ex-senador Delcídio do Amaral, preso em novembro de 2015 e cuja prisão foi ratificada pelo plenário do Senado. "Foi. [O STF] fez aquele negócio com o Delcídio. E pior foi o Senado se acovardar de uma maneira...", criticou o ex-presidente. "Aquilo é uma página negra do Senado", concluiu o ex-presidente pouco depois.

Aonde o penico vai, a tampa também acompanha

O presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é aliado-mor do deputado federal Waldir Maranhão (PP)
O presidente interino da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão (PP/foto), mais uma vez atendeu aos caprichos do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Desta vez, em nova interferência, o parlamentar maranhense vem sendo criticado por atender aos apelos da defesa e proibir que o parecer final sobre o processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética traga acusações de recebimento de vantagens indevidas no esquema de corrupção da Petrobras - o que, na prática, enfraquece o parecer final do relator Marcos Rogério (DEM-RO), que tende a pedir a perda do mandato de Cunha.

Segundo revela o site da Veja, em decisão proferida na terça-feira, 24, Waldir Maranhão determinou que "tanto o parecer do relator como a defesa do representado devem limitar-se à única imputação considerada apta no parecer preliminar que admitiu o prosseguimento da representação". Dessa forma, o relatório contra Cunha deve ficar restrito à acusação de que mentiu aos congressistas ao negar a manutenção de contas secretas fora do país - o que foi descoberto pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que avalia que as contas serviam como um caminho para mascarar o recebimento de propina no esquema de corrupção da Petrobras.

Conforme a matéria da Veja, essa já é a quarta ação do comando da Câmara que envolve o Conselho de Ética, o que motiva, em boa parte, a demora para a conclusão da investigação, instaurada em novembro do ano passado. 

A reportagem destaca que partiu de Waldir Maranhão, ainda quando ocupava a vice-presidência da Casa, a destituição de um relator favorável à admissibilidade da apuração contra Cunha, a anulação do parecer que dava continuidade aos trabalhos e, ainda, a imposição de um limite às apurações, deixando de fora boa parte do que a Operação Lava Jato já trouxe à luz sobre o envolvimento de Eduardo Cunha no esquema de corrupção da Petrobras.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Sarney também é alvo da Operação Lava Jato


Da Veja

Em mais um diálogo gravado pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente José Sarney (PMDB/foto) diz a Machado que poderia ajudá-lo a evitar que as investigações contra ele na Operação Lava Jato fossem remetidas à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde despacha o juiz federal Sergio Moro. A delação premiada de Sérgio Machado foi homologada hoje pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki. O diálogo entre Sarney e Machado foi revelado nesta quarta-feira, 25, pelo jornal Folha de S. Paulo.

"O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]", afirmou o ex-presidente a Sérgio Machado. Assim como Sarney, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), tiveram conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, que entregou à PGR. Flagrado tramando um "pacto" para "estancar a sangria" provocada pela Lava Jato, Jucá foi derrubado do Ministério do Planejamento após doze dias no cargo.

Diante de relatos de Machado de que havia "insinuações", provavelmente do Ministério Público Federal, por uma delação premiada, José Sarney se mostrou preocupado com a possibilidade e disse a ele que "nós temos é que conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no meio".

O ex-presidente ressaltou que "advogado não pode participar disso", "de jeito nenhum", porque "advogado é perigoso". "Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada", indicou Sarney, segundo a Folha.

Machado consultou o ex-presidente sobre um encontro que reunisse Sarney, Renan, seu padrinho político, e também Jucá: "o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente". José Sarney, no entanto, disse não achar "conveniente, a gente não põe muita gente" e citou a máxima do ex-governador do Rio de Janeiro e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) de que "duas pessoas já é reunião. Três é comício".

Por meio de nota, José Sarney disse que as conversas mantidas com Machado "nos últimos tempos, sempre foram marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade".

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