Da Veja
Por Maurício Lima
As versões do procurador preso, Ângelo Goulart, e do advogado Willer Tomaz (foto) de que não receberam propina e estavam negociando a delação da JBS são fantasiosas.
Existem, pelo menos, três gravações feitas pela turma de Joesley Batista de encontros com os acusados e, em nenhuma delas, eles se comportam como se estivessem orientando um processo de colaboração. Ao contrário. Num áudio inédito gravado por Francisco Assis, jurídico da JBS, há um trecho em que Willer Tomaz fala abertamente sobre como repartiu 4 milhões de reais recebidos da JBS.
Na gravação, ele diz que a partilha seria assim: um terço para André Gustavo Vieira, um publicitário, um terço para Juliano Couto, presidente da OAB-DF e o último terço para o procurador Ângelo Goulart.
Em outro momento, Assis pergunta a Willer se o procurador estava sabendo das entregas mensais de 50 mil reais. Tomaz interrompe a pergunta e responde: "Total".
Contéudo do Blog
O advogado Willer Tomaz foi preso pela Polícia Federal, no dia 18 de maio do corrente ano em São Luís, quando se encontrava em um hotel. Ele já trabalhou para o governador Flávio Dino (PCdoB) e para o deputado federal Weverton Rocha (PDT). Ele foi detido acusado de atrapalhar o processo de negociação do acordo de delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, empresa envolvida na Lava Jato por pagar propina a políticos.
Após ter sido preso, o advogado Willer Tomaz foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, no bairro da Cohama, na capital maranhense. Ele também é acusado de ter cooptado o procurador da República Ângelo Goulart Vilella para que ele interferisse na Operação Greenfield, que investiga irregularidades em fundos de pensão.
O advogado vinha constantemente em São Luís, pois estaria fechando negócios empresariais na capital maranhense.
Contéudo do Blog
O advogado Willer Tomaz foi preso pela Polícia Federal, no dia 18 de maio do corrente ano em São Luís, quando se encontrava em um hotel. Ele já trabalhou para o governador Flávio Dino (PCdoB) e para o deputado federal Weverton Rocha (PDT). Ele foi detido acusado de atrapalhar o processo de negociação do acordo de delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, empresa envolvida na Lava Jato por pagar propina a políticos.
Após ter sido preso, o advogado Willer Tomaz foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, no bairro da Cohama, na capital maranhense. Ele também é acusado de ter cooptado o procurador da República Ângelo Goulart Vilella para que ele interferisse na Operação Greenfield, que investiga irregularidades em fundos de pensão.
O advogado vinha constantemente em São Luís, pois estaria fechando negócios empresariais na capital maranhense.
Abaixo a transcrição dos principais trechos do diálogo:
- Trecho 1
Francisco Assis (FA): Não, eu fiquei uma semana sem vir aqui, tratei esse negócio com o Anselmo por telefone.
Willer Tomaz (WT): Tá bom.
FA: Eu te mandei a petição.
WT: Tá, Anselmo tá indo agora para Búzios só volta domingo que vem, eu tive uma reunião aqui (ininteligível)
FA: Cadê o Ângelo?
WT: (Ininteligível). Vai viajar também para Búzios.
FA: Eles vão juntos?
WT: Sim, sim, estão sempre juntos…
FA: Os caras se pegam aí.
WT: Não, não, não se pega não, porque eles gostam de outra coisa.
FA: Tá claro para o Ângelo…
WT: Total, Total
FA: …que a gente tem um acordo, que ele tem uma remuneração, que ele tem que nos ajudar, tá claro isso pra ele? (Ininteligível).
WT: Deixa eu te dizer uma coisa, eu tenho tranquilidade no Anselmo porque ele é ambiente, só que você precisa me pautar.
FA: Então eu tô querendo te pautar.
- Trecho 2
FA: (Ininteligível). Com quem?
WT: Com a Petrobras (ininteligível) desde novembro de 2008, tem que ser de 2008 esse processo, tipo (ininteligível) de escolha do gestor do fundo (ininteligível). Isso vira análise de risco (ininteligível), ata dia 25 de junho, qu eapós o investimento natural (ininteligível) se eu viajo (ininteligível) pra Austrália, (ininteligível) na JBS lá, ainda tiram férias e ficam por lá, foi com ele Alcinei (ininteligível) executivo da parte imobiliária (ininteligível) na época…
FA: 2000 e…
WT: 2009? (Ininteligível).
FA: O Anselmo estava?
WT: Ele tava. (Ininteligível).
FA: Joesley falou assim: “Francisco (ininteligível) nós fizemos um contrato de 5 pau e aí o que você me fala”.
WT: (Ininteligível) sobrando nada (ininteligível) um gesto de vocês.
FA: Como, cara?
WT: (Ininteligível) esse do teu amigo foi com o André, com o amigo do, do, irmão do Joesley, está até perturbando aí, porque…
FA: 1/3?
WT: 1/3, o outro um terço pro Juliano, e o outro um terço tô repassando pra Ângelo.
FA: Mas não era 5…
WT: Não foi 5 não, foi o 4, (ininteligível), o negócio foi assim pequenininho, o negócio ficou desse tamanho, que ficou de fato de fato (ininteligível).
FA: Não, então dá pra você pedir pra ele pra gente fazer uma reunião, nós 3 no meu trabalho.
WT: Você não me acredita.
(Atualização: Juliano Couto informou que nunca atuou como advogado do grupo J&F nem de nenhum de seus dirigentes e que, neste caso, apenas indicou o advogado Willer Tomaz).