Para quem pensava que o velho cacique da política, o ex-presidente José Sarney (MDB) já iria vestir o pijama da aposentadoria, enganou-se. Ele está mais vivo do que nunca e com uma força de articulação no governo do presidente Michel Temer (MDB) que lhe garante o direito de indicar, botar e tirar ministros a hora que quiser.
Se observarmos os recentes desdobramentos políticos na gestão Temer, Sarney tem sido peça fundamental no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, local onde o hoje presidente Temer vivia e mantém como o QG das reuniões com aliados.
Por lá o ex-presidente Sarney já passou várias vezes, sempre aconselhando o presidente Temer durante a maré braba das denúncias do ex-procurador da República, Rodrigo Janot, que foram todas derrubadas na Câmara dos Deputados a peso de ouro.
Desde que Temer assumiu o comando do país, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente e ex-senador conseguiu emplacar na Esplanada dos Ministérios, o próprio filho, o deputado federal licenciado Sarney Filho (PV), que atualmente ocupa a cadeira do Ministério do Meio Ambiente e busca, pela primeira vez, uma candidatura ao Senado da República, nas eleições de 2018.
Porém, o mais recente fato político atabalhoado acendeu o sinal vermelho sobre quem pode ou não pode assumir ministérios no governo Temer. Pelo menos, no Maranhão ainda é bom pedir as bênçãos do velho cacique.
Basta ver a forma melancólica que o ex-futuro e quase ministro do Trabalho, o deputado federal Pedro Fernandes (PTB) foi exposto ao ridículo, em pleno Jornal Nacional (Rede Globo), horário nobre da televisão brasileira.
Fernandes fechou o ano de 2017, rindo à toa, sentindo na pele a tensão pré-ministerial, mas bastou as festividades da chegada de 2018 findar, como num passe de mágica, ele ficou atônito e sem ser empossado pelo presidente Michel Temer para o novo cargo. Nem mesmo o chororô da bancada do PTB conseguiu reverter o quadro ridículo.
O PTB agora procura outro nome para ocupar o Ministério do Trabalho e o deputado Pedro Fernandes, além de lamentar, saiu gritando aos quatro cantos:
"Foi veto do presidente Sarney"!
A assessoria do ex-presidente nega, enfaticamente, o triste imbróglio político.