Presidente Astro (PR) e o governador reeleito Flávio Dino (PCdoB) |
O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Astro de Ogum (PR), disse ter ficado surpreso com notícia veiculada na edição desta terça-feira, 23, pelo jornal O Estado do Maranhão, em que o matutino cita a imposição de uma Portaria pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) aos cultos e rituais de umbanda no Maranhão.
Segundo a reportagem, o toque de tambor, por exemplo, será permitido até às 2 horas da madrugada, para evitar o sossego público. Para Astro, esse aspecto específico, além de uma série de normas que o documento se refere não é nenhuma novidade no estado. "Essa Portaria é ainda da época do saudoso ex-governador Epitácio Cafeiteira e que agora, foi renovada pelo atual secretário de Segurança (Jeferson Portela). Não entendi por que desse assunto ter voltado à tona. Qual interesse há por trás disso?", questionou Astro.
O parlamentar, que também preside a Federação de Umbanda e Cultos Afro do Maranhão, acredita que de alguma forma estão querendo lhe atingir politicamente. "Quando faço meus eventos religiosos, tenho sempre o bom senso de não ultrapassar o horário-limite, para não perturbar o sossego público", citou.
Em entrevista exclusiva, na manhã desta terça-feira, ao programa Câmara em Destaque (Rádio Educadora AM-560 Khz), Astro declarou que talvez a intenção seja destroná-lo da direção da entidade, criando um embate com o governo. "Percebo que estão querendo me atingir. Quero avisar que não pretendo me perpetuar na presidência da Federação de Umbanda. Observo que o que estão fazendo tem por trás cunho político", frisou Astro.
Ele disse ainda que não há qualquer intenção do secretário de Segurança em limitar as atividades dos cultos afro no Maranhão. "Apesar disso, iremos conversar com o secretário Jeferson Portela sobre o assunto, por entender que ele é uma pessoa que está aberta ao diálogo. Ainda mais por se tratar de uma Portaria antiga e que pode ser atualizada", enfatizou.
Na oportunidade, o presidente Astro garantiu que respeita todas as matrizes religiosas, já que no Brasil não existe religião oficial. "Quero afirmar que tenho um carinho especial não só pela minha religião que é a umbanda, mas também por todas as religiões", ressaltou.