Por Edson Sardinha/Congresso em Foco
Brasília- O pedido de impeachment apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), complicou a aprovação da indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, para a mais alta corte do país. A avaliação, entre senadores ouvidos pelo Congresso em Foco, é que a situação de Mendonça, que já era ruim, agora ficou ainda mais delicada.
Um grupo de parlamentares, inclusive, defende nos bastidores que o procurador-geral da República, Augusto Aras, que será sabatinado para a recondução ao cargo na próxima semana, seja o indicado para o Supremo. "Querem um perfil garantista, que alivie nos processos contra os senadores", disse ao Congresso em Foco um parlamentar.
Segundo esse congressista, que pediu para não ter a identidade revelada, a nomeação de Aras para o Supremo tem simpatia de alguns senadores do MDB e do PT.
Um dos principais aliados de André Mendonça no Senado, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) disse ao Congresso em Foco que o pedido de impeachment "atrapalha um pouco" a indicação do advogado-geral da União para o Supremo.
O senador viajou nessa sexta com Bolsonaro no avião presidencial de Brasília a Cuiabá, onde o presidente teve compromissos oficiais. "Na viagem conversei com o presidente. Ele foi muito firme na reafirmação de que o seu nome para o Supremo é o André Mendonça. Também foi muito firme que Augusto Aras é o seu nome para a recondução na PGR. O presidente não titubeou. Foi firme e pediu meu apoio e empenho para aprovar o nome do André", relatou o senador do PL de Mato Grosso.
Um dos principais obstáculos à indicação de André Mendonça é o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), que hoje comanda a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado responsável pela sabatina e por recomendar ao plenário a nomeação do novo ministro do Supremo.
Wellington admite que há resistência por parte de Alcolumbre. "O pedido de impeachment acaba atrapalhando um pouco, mas acho que não é impeditivo. Neste momento, votar é papel do Congresso. Em princípio, a nomeação dele depende de o Davi Alcolumbre pautar na CCJ. Ele tem colocado resistência, mas acho que o André Mendonça tem apoio suficiente para passar no plenário", afirma Wellington.
Leia a reportagem na íntegra no link abaixo:
Bolsonaro atira em Moraes, mas acerta Mendonça, que pode ficar fora do STF