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Coronel Zanoni Porto e o senador João Alberto de Souza |
De O Estado
O comandante geral da Polícia Militar do Maranhão, coronel Zanoni Porto, afirmou que todos os militares que se encontram em greve, aquartelados no estacionamento da Câmara de São Luís, terão de se apresentar a partir desta sexta-feira (4) no quartel da corporação, no Calhau. Caso a ordem seja descumprida, ele informou que todos serão considerados desertores.
“Todos os policiais militares que estão aquartelados na Câmara desde a semana passada terão de voltar ao serviço imediatamente ou irão enfrentar um processo de deserção e ficarão sem receber seus soldos (vencimentos). Além disso, estamos discutindo outras medidas de punição, como cortes de salários do tempo parado pelos integrantes do movimento grevista”, declarou.
Ontem à tarde, o coronel Zanoni Porto teve uma reunião com o senador João Alberto de Souza (PMDB), que esteve conversando com a corporação da PM na condição de interlocutor do Governo do Estado. Segundo o comandante geral da PM, a reunião serviu para discutir que medidas deverão ser tomadas contra o movimento grevista. “Estamos tentando solucionar o caso da melhor forma possível, mas não há mais nenhuma negociação em termo de reajuste salarial da categoria, pois as negociações já foram feitas com o Governo”, destacou.
A governadora Roseana Sarney (PMDB), em comum acordo com o Comando Geral da Polícia Militar, concedeu no fim de março reajuste salarial de 7% à categoria, além de mais 6% a ser pago a partir de 1º de novembro do corrente ano e mais 53% de gratificação sobre a atividade militar. Na oportunidade, o Governo também nomeou 1.800 policiais militares aprovados no último concurso de 2012. A greve de um grupo de militares teve como justificativa o descontentamento dos policiais com o reajuste de 7% no salário, implantando pelo governo estadual. De acordo com os grevistas, o reajuste não significa aumento, mas apenas reposição de perdas salariais com a inflação.
Apesar disso, o coronel Zanoni Porto esclareceu que todos os pontos divergentes da categoria foram colocados à mesa de negociação com o Governo e esse foi o percentual que pôde ser dado pelo Governo do Estado. Ele lembrou que a administração estadual dispõe de um orçamento limitado, mas que a categoria foi contemplada com mais 6% e 53% de gratificações, além de poder sair para a reserva sem precisar ficar cinco anos em atividade, como ocorria anteriormente.
Encerradas as negociações
O comandante geral da Polícia Militar fez questão de destacar que não haverá mais nenhum aumento salarial. Ele lembrou que a partir de hoje fica proibida, pela legislação eleitoral (Lei nº 9.504/1997) a concessão de revisões salariais- para cima ou para baixo- a todos os servidores públicos, nas três esferas: federal, estadual e municipal.
O senador João Alberto de Souza disse ter se reunido no início da semana com líderes do movimento grevista, mas que não chegou a um entendimento com o grupo. Ele lamentou que o movimento grevista deixou de buscar o diálogo. “Eles não nos procuraram mais e eu não irei mais buscar o contato com eles, até porque não temos mais o que discutir. O aumento foi concedido pelo Governo do Estado e não há mais nada a negociar”, afirmou o parlamentar.