Do Imirante
A denúncia do Ministério Público Estadual (MP-MA) sobre a formação de cartel nos postos de combustíveis no mercao de São Luís revelou que, pelo menos, um dos empresários que não aceitou fazer parte do esquema deveria ter sido "eliminado". A investigação é de 2011 e se baseia em escutas telefônicas e estudos técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O caso vem sendo divulgado desde o início desta semana pelo Imirante.com e já mostrou que, além da formação de cartel por parte dos empresários, um funcionário da Petrobrás, um ex-assessor do MP-MA sabiam do crime.
Os grampos telefônicos feitos pelo MP-MA com autorização da Justiça e denunciado há pelo menos dois anos à Justiça revelararam que empresários donos de postos de combustíveis de São Luís tratavam o mercado da capital como "corredores" e colocavam mais água, se valendo de uma alteração de seu teor nos combustíveis. Além deste acerto prévio de como tratar os preços da gasolina, álcool e diesel, os empresários se mostravam constantemente incomodados com o dono de uma rede posto. Numa das ligações, os operadores do cartel falam em "eliminar" este concorrente.
Eles reclamam com o então presidente do sindicatos dos revendedores de combustíveis do Maranhão, Dileno de Jesus Tavares, que José Henrique Nicolau era o único que insistia em manter seus preços baixos. Estranhamente, este é o único trecho da denúncia oferecida pelo MP-MA o qual não apresenta a transcrição do diálogo entre os interlocutores. Há apenas um resumo da conversa e José Henrique é tratado como "problema" pois "puxava os preços para baixo".
Após tomar conhecimento da ameaça, o promotor José Osmar Alves, relata em sua denúncia que pediu esclarecimentos sobre o assunto e recebeu como resposta de Dileno que a eliminação a que se referia era comente de eliminá-lo comercialmente e que "Zé Henrique era mal visto por toda a categoria de proprietário de postos, não apenas porque vendia combustível muito mais barato, mas também pelo seu temperamento difícil e esnobe"
Como as investidas do cartel na tentativa de cooptá-lo não tiveram sucesso a ideia seguinte a ser colocada em prática era de denunciá-lo por combustível adulterado. Em depoimento, Dileno afirma que José Henrique estava alterando a vazão de gasolina nas bombas e não necessarimente, no teor de gasolina. As denúncias de Dileno não foram confirmadas pela ANP nem pela investigação do MP-MA.
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