Ex-presidente da República, José Sarney |
Da Coluna do Sarney
O Estado do Maranhão
Vejo um pessimismo que nunca me tinha ocorrido sobre o Maranhão. A Alcoa está encerrando a produção de alumínio da Alumar, uma das maiores fábricas do produto no mundo. São 740 mil toneladas métricas anuais de alumínio que está deixando de produzir, e para isso já demitiu cerca de mil trabalhadores altamente qualificados. Também fechou seu centro de treinamento, com tradição de excelência, e que recebia operários do exterior. Embora ainda continue produzindo alumina, ela anuncia que está avaliando a produção de 2,8 milhões de toneladas métricas de alumina, “com vistas a possíveis reduções, fechamento ou vendas”.
O Estado do Maranhão
Vejo um pessimismo que nunca me tinha ocorrido sobre o Maranhão. A Alcoa está encerrando a produção de alumínio da Alumar, uma das maiores fábricas do produto no mundo. São 740 mil toneladas métricas anuais de alumínio que está deixando de produzir, e para isso já demitiu cerca de mil trabalhadores altamente qualificados. Também fechou seu centro de treinamento, com tradição de excelência, e que recebia operários do exterior. Embora ainda continue produzindo alumina, ela anuncia que está avaliando a produção de 2,8 milhões de toneladas métricas de alumina, “com vistas a possíveis reduções, fechamento ou vendas”.
Inaugurada há mais de 30 anos, ela representava uma parcela considerável da capacidade industrial do Maranhão, e seu fechamento tem consequências que se estendem a toda a sociedade maranhense, pois esses empregos se multiplicavam em postos indiretos, e atingem a economia e o PIB do Estado.
A Margusa (Maranhão Gusa), que atuava em Bacabeira há 17 anos, produzindo 240 mil toneladas por mês, demitiu 500 trabalhadores; fecharam a Cosima (Companhia Siderúrgica do Maranhão), em Pindaré-Mirim, e a Fergumar (Ferro Gusa do Maranhão), em Açailândia; e a Gusa Nordeste – do grupo Ferroeste, que estava implantando uma aciaria no município – demitirá em abril e maio mais 300 trabalhadores. As guserias trabalham hoje com 30% de sua capacidade de produção, e em fevereiro perderam 4 milhões de dólares de receita.
Enquanto isso, as vendas no comércio baixaram 10% e o emprego global vai caindo, juntamente com o poder de compra, numa espiral descendente.
O Maranhão vai ficando para trás. Perdemos lugares importantes na administração federal: o Ministério de Minas e Energia, o Ministério do Turismo, a Embratur.
Em 1965, tínhamos um ginásio oficial, o Liceu Maranhense, onde eu estudei. Duas escolas superiores, Direito, Odontologia e Farmácia, estas uma só. O porto recebia um navio por semana e assim mesmo, algumas vezes nenhum. A estrada de ferro São Luís-Teresina estava sucateada e sem carga, incluída para ser arrancada como ramal deficitário. Nenhum quilômetro de asfalto. Usina a lenha, a Ullen, com quatro motores velhos. Nenhuma autoridade federal maranhense.
E o Maranhão cresceu. Transformou-se no estado de maior atração de investimento, com o 2º porto do Brasil, o Itaqui, e fábricas da Vale, da Alcoa, maior produtor de gás do Brasil, siderúrgica de Açailândia, estradas para todo lado, ligação São Luís-Teresina, Açailândia-Santa Luzia, São Luís-Alto Parnaíba, duas universidades, e dinamismo mercantil e industrial. Em 2014, quando Roseana deixou o governo o Maranhão era o 16º estado do país. Nenhum estado brasileiro cresceu tanto.
Agora, fecham essas empresas, demite-se mais de 4.000 empregos: o Maranhão, que era o estado do Nordeste que mais gerava emprego, parou e demite. As grandes obras são: fechar a Fundação da Memória Republicana e retirar o nome de Médici de uma escola.
O Maranhão parou e engatou marcha ré. Peçamos a Deus nesta Páscoa – nós que acreditamos Nele: tende piedade de nós.