O Centro de Detenção Provisória de Pedrinhas (CDP) viveu momentos de pânico na madrugada de ontem, 5, quando quatro presos foram resgatados do local de forma cinematográfica. O fato ocorreu por volta das 4 horas quando homens fortemente armados, que se encontravam em uma caminhonete preta de placas DJI-0166, que teria sido roubada na cidade de Chapadinha e um veículo Ágile de cor prata, estacionaram em frente ao prédio do CDP e dispararam vários tiros contra os seguranças que estavam nas guaritas fazendo a vigília.
Na oportunidade, houve troca de tiros com homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque), que não conseguiram evitar o resgate cinematográfico dos presidiários identificados por: Adeilton Alves Nunes, Ilton Carlos Martins, John Lennon da Silva Lima e John Carlos Campos Silva.
Após consumarem com êxito a operação de resgate dos detentos, os criminosos tiveram a audácia de passar atirando pelo posto fiscal da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Pedrinhas, sendo que um dos inspetores da PRF foi atingido com um tiro no pé, mas não corre risco de morte. A caminhonete utilizada para dar fuga aos presidiários, que foi roubada no município de Chapadinha, foi abandonada em um trecho de Campo de Perizes, na saída de São Luís, para despistar qualquer tentativa de cerco policial naquele momento.
Após despistar os policiais, o grupo ainda roubou outro veículo de passeio e uma caminhonete L-200. Os veículos também foram encontrados, deixados no povoado Santa Cruz, nas proximidades da cidade de Morros, no Maranhão. Homens do Grupo Tático Aéreo (GTA), da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal continuam em busca para localizar o grupo que promoveu o resgate dos detentos no CDP de Pedrinhas.
Nota
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) e a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) apenas disseram o óbvio, horas depois, confirmando o que já havia sido relatado pela imprensa minutos depois do fato ter ocorrido no CDP.
Segundo a nota, a Sejap confirmou que o Complexo Penitenciário de Pedrinhas foi alvo de forte ataque externo de oito bandidos usando vários veículos, fuzis e pistolas, do que resultou o resgate de quatro detentos do Centro de Detenção Provisória.
A nota diz ainda que os detentos resgatados são Adeilton Alves Nunes, Ilton Carlos Martins, John Lennon da Silva Lima e John Carlos Campos Silva.
A nota da Sejap destaca que meia hora depois da operação, um dos veículos usados pelos bandidos já havia sido localizado e apreendido pela Policia Militar com apoio do GTA e da Polícia Rodoviária Federal. Finaliza o documento dizendo que “Dada a gravidade do episódio, a SSP e a SEJAP seguem com o empenho integral de suas equipes na operação de captura”.
A nota é datada de 5 de abril de 2015 e assinada em conjunto pelos secretários Murilo Andrade (Sejap) e Jefferson Portela (Segurança Pública).
Fugas em 2015
Só neste ano essa é a terceira fuga de presos registrada na estrutura do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A primeira, aconteceu em fevereiro, quando três detentos fugiram do Presídio São Luís III, em São Luís. No mês de março, quatro detentos fugiram do Presídio São Luís II após serrarem uma grade. Ambos presídios são considerados de segurança máxima.
No total, já são 11 presidiários que escaparam misteriosamente do local e até agora, não há uma resposta efetiva da Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap).
Mortes no CDP
Também na primeira quinzena de março deste ano, dois detentos foram encontrados mortos nas dependências do Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Naquele momento, os presos foram identificados como Rogério Correia de Jesus e Otávio de Jesus Ferreira.
Mais uma vez, por meio de nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) confirmou as duas mortes no CDP. As visitas de familiares foram suspensas e foram as primeiras mortes registradas no Complexo de Pedrinhas em 2015. No ano passado, 16 presos morreram no sistema penitenciário do Maranhão.
Durante a morte misteriosa dos presos, 11 presos se estavam na cela. A Sejap determinou a apuração do episódio, mas até agora nenhum resultado prático foi informado à sociedade. As investigações continuam sendo conduzidas pela Delegacia de Homicídios.