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O ex-presidente José Sarney revelou toda sua ira com a decisão tomada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot |
O ex-presidente José Sarney (PMDB) se mostrou "perplexo, indignado e revoltado" com a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu a sua prisão, com direito a tornozeleira eletrônica.
O requerimento de Janot, pronto há uma semana, acusa Sarney e os senadores peemedebistas Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL), presidente do Senado, além do presidente afastado da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de agirem para atrapalhar, cada um à sua maneira, as investigações sobre o esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal na Petrobras.
Em depoimentos de delação premiada, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse ter distribuído R$ 70 milhões em propina para Renan, Sarney e Jucá, entre outros integrantes da cúpula peemedebista nos 12 anos em que esteve à frente da subsidiária da Petrobras.
Em nota, o ex-presidente Sarney mostra indignação:
“Estou perplexo, indignado e revoltado.
Dediquei sessenta anos da minha vida pública ao país e à defesa do Estado de Direito. Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador Geral da República. Jamais agi para obstruir a Justiça. Sempre a prestigiei e fortaleci. Prestei serviços ao país, o maior deles, conduzir a transição para a democracia e a elaboração da Constituição da República.
Filho de magistrado e de membro do Ministério Público, mesmo antes da nova Constituição promovi e sancionei leis que o beneficiam, inclusiva a criação da Ação Civil Pública e as mudanças que o fortalecem, sob a liderança do Ministro Sepúlveda Pertence, meu Procurador-Geral e patrono do Ministério Público.
O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal".