O vereador Ricardo Diniz (PCdoB) afirmou nesta quinta-feira, 10, em entrevista ao programa Câmara em Destaque, na Rádio Difusora AM (680 Khz), ser totalmente contra a proposta de "Distritão" que integra o conjunto de mudanças no bojo da reforma política que está tramitando na Câmara Federal, em Brasília. "Da forma como está sendo feito e proposta essa mudança, não concordo. Temos que reduzir o número de partidos políticos no país e não permitir o financiamento público de campanha", declarou o parlamentar.
Pelas regras atuais, deputados federais, estaduais e vereadores são eleitos no modelo proporcional com lista aberta. A eleição passa por um cálculo que leva em conta os votos válidos no candidato e no partido, o quociente eleitoral. O modelo permite que os partidos se juntem em coligações. Pelo cálculo do quociente, é definido o número de vagas que cada coligação terá a direito, elegendo-se, portanto, os mais votados das coligações.
Pelo Distritão, cada estado ou prefeitura vira um distrito eleitoral, onde serão eleitos os candidatos mais votados. Pela nova proposta, não são levados em conta os votos para o partido ou a coligação e na prática, torna-se uma eleição majoritária, como já acontece na escolha de presidente da República, governador, prefeito e senador.
"Reafirmo que com essa alteração, da forma como está sendo debatida, o Distritão só irá beneficiar quem tem mandato eletivo ou dinheiro no bolso para gasta na campanha eleitoral. As pessoas que desejam ser candidatos, mas não dispõem de condições financeiras, certamente ficarão de fora do processo", avaliou o vereador Ricardo Diniz.
A comissão da Câmara dos Deputados, que discute mudanças no sistema eleitoral, aprovou na madrugada desta quinta-feira, por 17 votos a 15, uma emenda que estabelece o chamado "Distritão" para as eleições de 2018 e de 2020, para a escolha de deputados federais, deputados estaduais e vereadores.