Editorial
Mais de 1,5 milhão de pessoas que habitam a região metropolitana da Ilha de São Luís, que compreende a capital maranhense e os municípios adjacentes de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar, estão tentando se adequar às novas medidas restritivas de mobilidade e trafegabilidade com o chamado lockdown (bloqueio total) das atividades não essenciais para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Mas uma pergunta que não quer calar: até que ponto essas medidas de contenção estão sendo eficientes, na base, para barrar a transmissibilidade de um vírus que já matou milhares de pessoas no mundo inteiro?
Estamos no terceiro dia do lockdown e o que se pode observar é que os bloqueios pela Ilha continuam com barreiras em várias avenidas de intenso fluxo e rodovias estaduais que cortam a região metropolitana.
No entanto, um grande desafio para o Governo do Estado e prefeitos da Grande São Luís é conter aquelas pessoas que ainda insistem em se aglomerar em público e não usar máscaras de proteção nos bairros mais populosos como Cidade Operária, Maiobão, Cohatrac, Turu, entre outros.
Apesar disso, o governador Flávio Dino (PCdoB), que decretou o lockdown, após decisão do juiz Douglas Martins (vara de Interesses Difusos e Coletivo) e cuja medida começou a valer na última terça-feira, 5, afirma nas redes sociais que o bloqueio está sendo um sucesso.
"Lockdown é um sucesso. Houve gigantesca redução de movimentação de pessoas em TODA a cidade. Basta olhar a Rua Grande, as avenidas por onde centenas de milhares circulam, a redução em 85% no número de passageiros nos ônibus. Fiscalização está ocorrendo, com ponderação e bom senso".
Esperamos que o governador tenha, de fato, razão em avaliar positivamente o lockdown. Mas não há como não ressaltar que a falta de compreensão de muitos não é a devida racionalidade que a gravidade do caso requer para conter a transmissibilidade da Covid na região metropolitana de São Luís e, tampouco, nos demais 213 municípios do Maranhão.
Segundo dados atualizados da Secretaria de Saúde (SES), já foram registrados no estado 8.077 casos suspeitos da doença, 5.389 confirmados, 305 óbitos, 6.064 descartados e 1.439 recuperados.
Portanto, analisando esses números, podemos dizer que qualquer descuido na fiscalização será pouco para apertamos o botão do salve-se quem puder!