Em um de seus artigos em seu blog, datado de 17 de abril deste ano, o ex-governador, atual deputado federal e pretenso candidato ao Senado da República, José Reinaldo Tavares (PSDB), parece ter mudado totalmente o discurso e agora, vem pregando uma política de paz e amor eterno.
Para Zé Reinaldo, nesse momento o que tem se observado é o culto à política do ódio, do "nós contra eles", da "perseguição política" e "de quem não está comigo, é meu inimigo".
As frases de efeito do velho discípulo e afilhado político do ex-presidente e ex-senador José Sarney (MDB) parecem cair direto sobre os ombros do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que um dia também precisou da mão amiga do ex-governador Zé Reinaldo e hoje, ambos estão em lados bem opostos.
Alguns dirão que isso faz parte da dinâmica da política, tendo o próprio Zé Reinaldo se afastado do seu mentor, o ex-presidente Sarney, quando ainda governava o estado e, na época, beneficiado os opositores do seu mestre a derrubá-lo do poder do Palácio dos Leões, alçando ao trono o saudoso pedetista Jackson Lago à condição de governador do Maranhão, ainda que derrubado o seu mandato por vias judiciais.
Na época, Zé Reinaldo era tratado na Casa Grande do Calhau e nas hostes sarneysistas como traidor da pior espécie e de ter sido desleal com seu maior padrinho político e a quem não teve a honra e nem tampouco a gratidão devida.
Passados alguns anos, tendo rompido com seu ex-pupilo comunista, o governador Flávio Dino, tendo se filiado aos tecnocratas do PSDB, eis que Zé Reinaldo parece ter acordado de um sono profundo.
Para Zé Reinaldo, agora alguns “cristãos novos” bradam que em política não existe gratidão, como se a política estivesse apartada de toda a relação humana e não fosse como é, em sua essência, a arte da convivência com os contrários e do entendimento necessário para a formação de maiorias e da possibilidade de governar.
Como se pode observar, a política é bem dinâmica mesmo.