Vereadores de São Luís criticaram e consideraram abusivo o aumento de 30 centavos na nova tarifa de ônibus, anunciada pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) e que passa a vigorar a partir da zero hora deste domingo, 19, em plena folia carnavalesca. Com as alterações no valor da passagem, as linhas integradas passam de R$ 3,90 para R$ 4,20 e as não integradas de R$ 3,40 para R$ 3,70.
O co-vereador Eni Ribeiro, do Coletivo Nós (PT), classificou, por meio das redes sociais, o aumento tarifário equivocado, imoral e ilegal. Além disso, o parlamentar também cobrou providências dos órgãos de controle para anular o reajuste, inclusive, lembrando o relatório das investigações da CPI do Transporte na Câmara Municipal.
“Com base nas investigações da CPI dos Transportes, tenho a firmeza em dizer que esse reajuste é completamente equivocado, imoral e ilegal. Já descobrimos que os empresários dos transportes de São Luís não pagam multas resultantes das infrações de trânsito. Cabe ao Sistema de Justiça, através das autoridades judiciárias (inclusive, do Ministério Público) abrir inquéritos e apurar denúncias, mas até o momento nada aconteceu”, declarou o co-vereador petista.
Já Beto Castro (PMB), 2º secretário da Mesa Diretora da Câmara, também se manifestou sobre o reajuste durante uma entrevista ao programa Tá Na Pauta, da Rádio Nova FM (93.1MHz). Na opinião do parlamentar, antes de falar em aumento do valor das tarifas, as empresas precisam, primeiro, oferecer um serviço de transporte de qualidade à população, o que não acontece.
“Precisamos discutir o que é melhor para os usuários de transporte coletivo e não para os empresários. Todo ano a população sofre com isso. A prefeitura aumenta o valor da tarifa, mas não cobra a qualidade do serviço”, disse Castro.
VERBA FEDERAL
Durante a entrevista, o parlamentar lembrou, ainda, que o Governo Federal já enviou verba para subsidiar o sistema de transporte coletivo da capital, mas, mesmo assim, as tarifas seguem aumentando sem que haja um serviço de qualidade.
Para o vereador Álvaro Pires (PMN) é preciso buscar outras medidas para evitar que a população pague sempre pelos custos do sistema. Ele cita, por exemplo, os subsídios, como opções para custear o serviço.
“Aumento da tarifa pública no sistema de transporte é algo sempre muito dolorido. Por isso, acredito que precisamos pensar em outras alternativas para custear o sistema para não ficar agregado apenas ao trabalhador que usa transporte”, ressaltou o parlamentar.
No entendimento do vereador Octávio Soeiro (Podemos), a Prefeitura precisa convidar a Câmara Municipal para as discussões que envolvem a situação do trânsito e transporte da capital maranhense. “Precisamos criar uma Agência Municipal ou um Conselho de Transporte para deliberar temas como esses. Não podemos discutir esse assunto apenas quando se inicia um debate sobre greve ou aumento de passagem”, afirmou o vereador.