Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador João Alberto |
Ao que tudo indica o presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), resolveu sair dos bastidores e entrar de vez no cenário turbulento e midiático de Brasília. Após aceitar a representação por quebra de decoro parlamentar protocolada pela Rede Sustentabilidade e pelo PPS contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Nesta quinta-feira, 17, ele vai coordenar reunião do colegiado quando também será escolhido o relator de uma representação protocolada em 2013 contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pela acusação de ter recebido propina do então governador do Amapá e hoje senador João Capiberibe (PSB-AP), em troca de apoio político.
Delcídio do Amaral foi preso no dia 25 de novembro, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Já o pedido de abertura de processo contra o senador Randolfe foi feito à època pelo deputado estadual Fran Soares Nascimento Júnior. Ele acusa o senador da Rede de, durante o mandato de deputado estadual, ter recebido propina do então governador do Amapá, João Capiberibe (PSB-AP), hoje senador, em troca de apoio político. Por enquanto, o presidente do conselho disse que Caperiberibe não será alvo de investigação.
"O andamento do processo contra Randolfe demorou porque dei uma proteção especial a ele. Ele [Randofe] dizia que os documentos não eram verdadeiros, então busquei os documentos e o questionei várias vezes, para que não fosse uma acusação vaga", justificou João Alberto Souza, ressaltando que, antes de dar andamento aos dois processos, pediu um parecer da consultoria jurídica do Senado, que deu sinal verde.
O presidente do Conselho de Ética explicou ainda que Delcídio e Randolfe terão dez dias para apresentar a defesa a partir da data em que forem notificados pelo Conselho de Ética. Pelo Regimento Interno do Senado, os relatores não podem ser do mesmo partido nem do mesmo estado dos representados.
"Nenhum desses processos tem a participação ativa nossa. Alguém questionou e nós encaminhamos, e o que chegar aqui [no Conselho de Ética], havendo provas, vai ser encaminhado", afirmou João Alberto.
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