Comissão de Direitos Humanos da OAB acompanha o caso |
Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Luís Antônio Pedrosa, a denúncia de que uma criança Awá-Guajá, etnia nativa que vive isolada da civilização e de outros grupos indígenas, teria sido queimada por madeireiros na Terra Indígena Arariboia, no município de Arame, a 469 km de São Luís, teve forte repercussão nas redes sociais e blogs de notícias, sendo inclusive veiculada em jornais on line fora do Brasil.
“Todo mundo estava comentando, falando sobre o assunto, mas ninguém tinha informações precisas sobre nada. Então, foi feita uma reunião envolvendo o Ministério Público Federal, a Polícia Federal, OAB/MA e o CIMI na terça-feira (10), para discutirmos providencias. A visita que fizemos foi uma das estratégias de investigação do crime, o delegado da PF está nos aguardando para relatarmos o que vimos nessa viagem”, explicou.
Durante os dois dias que a comissão permaneceu em Arariboia, que é composta por várias aldeias indígenas, Pedrosa conta que conseguiu localizar na região, várias áreas bastante devastadas pela ação de madeireiros. Toda a visita foi registrada por meio de fotos e filmagens.
“Encontramos toras cortadas de árvores centenárias como Copaíbas, Ipês, Sapucaias e Jatobás. Nós vimos umas vinte dessas toras, mas os índios que encontramos disseram que eram mais de 500, sendo que muitas já haviam sido transportadas pelas madeireiras que atuam no local”, informou Pedrosa.
Informante- Sobre o índio Guajajara que teria informações sobre o assassinato da criança Awá-Guajá, Pedrosa relatou que conversou com nativo, mas que o mesmo aparentava está com muito medo. Foi exibido um vídeo feito pela comissão onde Clovis Guajajara, o índio informante, fala da ação dos madeireiros em Arariboia e mostra o local onde seria uma aldeia Awá-Guajá destruída por tratores e possível local da morte do pequeno indígena.
“Não foi possível encontrar o corpo da criança, nem podemos dizer que o crime não aconteceu. Até porque, a morte teria ocorrido no mês de outubro de 2011, foi denunciado na época, mas o caso só ganhou repercussão quando foi divulgado nas redes sociais, em janeiro desse ano. É possível que o tempo, animal selvagem ou alguém interessado, tenha destruído as provas desse crime”, disse.
A representante do CIMI no Maranhão, Rosimeire Diniz, confirmou que a notícia da morte da criança chegou ao Conselho ainda no mês de outubro do ao passado, mas por não contar com estrutura e nem funcionários disponíveis “não foi possível fazer a investigação, mas informamos o caso à FUNAI (Fundação Nacional do Índio), durante a invasão do órgão em Imperatriz. Nenhuma providencia foi tomada pela instituição na época”, relatou.
Representante– O presidente da Comissão de Direitos Humanos comunicou durante a entrevista coletiva que fará representação junto às autoridades como Polícia Federal e Ministério Público Federal para que sejam iniciadas as investigações sobre a morte da criança Awá-Guajá e a exploração de madeira na Terra Indígena Arariboia. “O material coletado durante a visita vai compor essa representação”, declarou.
Com informações da OAB-MA