O presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é aliado-mor do deputado federal Waldir Maranhão (PP) |
O presidente interino da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão (PP/foto), mais uma vez atendeu aos caprichos do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Desta vez, em nova interferência, o parlamentar maranhense vem sendo criticado por atender aos apelos da defesa e proibir que o parecer final sobre o processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética traga acusações de recebimento de vantagens indevidas no esquema de corrupção da Petrobras - o que, na prática, enfraquece o parecer final do relator Marcos Rogério (DEM-RO), que tende a pedir a perda do mandato de Cunha.
Segundo revela o site da Veja, em decisão proferida na terça-feira, 24, Waldir Maranhão determinou que "tanto o parecer do relator como a defesa do representado devem limitar-se à única imputação considerada apta no parecer preliminar que admitiu o prosseguimento da representação". Dessa forma, o relatório contra Cunha deve ficar restrito à acusação de que mentiu aos congressistas ao negar a manutenção de contas secretas fora do país - o que foi descoberto pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que avalia que as contas serviam como um caminho para mascarar o recebimento de propina no esquema de corrupção da Petrobras.
Conforme a matéria da Veja, essa já é a quarta ação do comando da Câmara que envolve o Conselho de Ética, o que motiva, em boa parte, a demora para a conclusão da investigação, instaurada em novembro do ano passado.
A reportagem destaca que partiu de Waldir Maranhão, ainda quando ocupava a vice-presidência da Casa, a destituição de um relator favorável à admissibilidade da apuração contra Cunha, a anulação do parecer que dava continuidade aos trabalhos e, ainda, a imposição de um limite às apurações, deixando de fora boa parte do que a Operação Lava Jato já trouxe à luz sobre o envolvimento de Eduardo Cunha no esquema de corrupção da Petrobras.