EDITORIAL
Nos últimos dias, temos observado um crescente acirramento político entre membros da Forças Armadas e os demais integrantes dos Poderes Legislativo e Judiciário no país, por conta de decisões no Supremo Tribunal Federal (STF) que desagradam o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O próprio presidente da República comentou nas redes sociais decisão do ministro do STF, Luiz Fux, que afirmou que as Forças Armadas não são um Poder Moderador em um eventual conflito entre o Executivo, Legislativo e Judiciário.
Além disso, Bolsonaro emitiu nota conjunta com o vice, general Hamilton Mourão, e com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. Na nota, o presidente diz o seguinte: "Lembro à Nação Brasileira que as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do Presidente da República, de acordo com o Art. 142/CF. As mesmas destinam-se à defesa da Pátria, garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem..."
Em outro trecho, a nota faz uma ressalva: "As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p.ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos".
Como se pode observar, os ânimos parecem estar bastante alterados entre integrantes da cúpula militar do governo presidencial e demais Poderes como o Legislativo e o Judiciário.
Há quem veja nessa animosidade geral da Nação uma porta de entrada para que o presidente Bolsonaro possa consumar a volta do regime militar no país, com poderes ditatoriais no Palácio do Planalto.