O Fórum Maranhense de Mulheres lançou nota pública em que manifesta repúdio à decisão judicial em favor do militar Carlos Eduardo Nunes Pereira, que é acusado de cometer feminicídio contra sua ex-mulher, Bruna Lícia Fonseca Pereira, e assassinar a tiros o jovem José William dos Santos.
Segundo a nota da entidade, a decisão judicial, que reintegra à Polícia Militar do Maranhão (PMMA) o acusado, foi proferida pelo juiz Nelson Melo de Moraes Rêgo, que surpreendentemente já foi titular da Vara Especial de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, o que denota a contradição do Tribunal de Justiça no ato judicial determinado pelo magistrado.
"Ao tomar tal decisão o Tribunal de Justiça do Maranhão desconsidera princípios da legalidade e a luta dos movimentos de mulheres para a punição de agressores e feminicidas, além de colocar em risco toda população, ao reintegrar um servidor público que já demonstrou total desequilíbrio, ao assassinar duas pessoas".
Segue abaixo a íntegra da Nota de Repúdio
No Brasil houve um aumento elevado de feminicidios nos últimos 5 anos. Considero que são decorrentes de alguns fatores entre os quais eu destaco: a impunidade, o retrocesso político do governo Bolsonaro que incidiu nos cortes de recursos para políticas públicas de combate a violência e a impunidade que reflete o olhar do judiciário sobre esse tipo de crime que tem sido banalizado. Os movimentos feministas tem enfrentado diuturnamente o discurso e as práticas conservadoras que impera nas instituições que contribui para a manutenção desta situação de desigualdade que impõe as mulheres um lugar subalterno. Isso contribui para a naturalização da violência.
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