A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS no Congresso Nacional já acumula quatro requerimentos distintos para a convocação do deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA), ex-presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Maranhão (FECOPEMA). Os pedidos partem de parlamentares de diferentes frentes políticas e apontam o parlamentar como peça central no esquema bilionário de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social.
Segundo o portal Folha do Maranhão, de acordo com os documentos, Edson Araújo passou a ser alvo após relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Polícia Federal indicarem movimentações atípicas de R$ 5,4 milhões nas contas da FECOPEMA. O senador Izalci Lucas (PL-DF), autor de um dos requerimentos, sustenta que o depoimento do parlamentar é “inadiável e central”, destacando que a federação sob sua gestão teria inflado cadastros de pescadores em números discrepantes, chegando a registrar quase mil beneficiários por barco.
Outros pedidos de convocação, apresentados pelos deputados Alencar Santana (PT-SP), Rogério Correia (PT-MG) e Paulo Pimenta (PT-RS), ressaltam a participação de Edson Araújo em transações financeiras consideradas suspeitas e sua ligação com entidades que firmaram Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS. Esses acordos, segundo a CPMI, teriam sido utilizados para realizar descontos irregulares em aposentadorias e pensões, lesando diretamente aposentados e pensionistas.
As justificativas dos parlamentares apontam ainda para um “conflito de interesses colossal” na trajetória de Edson Araújo, que acumulou cargos políticos — como deputado estadual e atual secretário de Pesca e Aquicultura — e de representação classista à frente da FECOPEMA. Esse entrelaçamento seria determinante para que a federação se tornasse o epicentro das fraudes no Maranhão, estado que, segundo os documentos, concentra as maiores distorções estatísticas no número de pescadores registrados.
A expectativa dos autores dos requerimentos é de que o depoimento de Edson Araújo permita à CPMI detalhar o modus operandi da organização criminosa, identificar servidores públicos e políticos envolvidos e mapear o fluxo de recursos desviados. A comissão também já discute medidas mais duras, como a quebra de sigilos bancários e fiscais da FECOPEMA, para aprofundar a apuração.
Com os quatro requerimentos em análise, a convocação de Edson Araújo desponta como um dos pontos mais aguardados dos trabalhos da CPMI do INSS, que investiga um esquema de fraudes bilionárias que teria desviado recursos públicos e prejudicado beneficiários legítimos da Previdência.
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