Será que o governador Flávio Dino (PCdoB) pode explicar o que está acontecendo no Maranhão? |
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), parece não encantar mais com seus discursos inflamados em favor da mudança. Basta ver a decisão tomada pela categoria dos policiais civis do estado, que em assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), decretaram na sexta-feira, 10, o movimento de greve geral por tempo indeterminado, a partir da próxima quinta-feira, 16. A paralisação acontece a partir das 8h, na sede da Secretaria de Segurança Pública.
Os Policiais Civis rejeitaram em ampla maioria a proposta por eles considerada “imoral”, que foi apresentada pelo Governo do Estado, após meses de negociação. O Sinpol informou à categoria que na última quarta-feira, 8, o secretário de Governo, Antonio Nunes, apresentou que a proposta seria de 15%, sendo que ainda parcelada em três anos, sendo 6% a partir de junho de 2016, outros 6% em março de 2017, e por fim mais 3% em fevereiro de 2018, além de R$ 146,21 reais para a Gratificação de Dedicação Exclusiva, que seria incorporada no subsídio.
A categoria reivindica “Valorização da Carreira” e recomposição salarial, além de melhoria nas estruturas das delegacias, bem como aumento do efetivo, tecnologia e inteligência policial. “Estamos passando por uma situação vexatória e com o pior cenário que poderíamos imaginar para a Polícia Civil. Até aqui participamos de 16 reuniões com os secretários para que agora nos fosse apresentada um valor que é vergonhoso apresentar para a categoria e que de imediato rejeitamos. Ano passado, o governador do estado (Flávio Dino) tinha dito pessoalmente que manteria as negociações e que a Polícia Civil teria um reajuste condizente com a sua importância, no entanto, o que vemos é a total falta de respeito para com os policiais, o que reafirma a falta de valorização com todo o grupo APC da Polícia Civil”, disse Heleudo Moreira, presidente do Sinpol.
O movimento
A Polícia Civil tinha deflagrando o movimento paredista no dia 3 de agosto de 2015, reivindicando melhorias salariais e de trabalho. No entanto, após oito dias de greve, o governador do Estado do Maranhão Flávio Dino, reunido com a comissão do movimento, garantiu que iria rediscutir e reabrir o diálogo para a elaboração de tabelas salariais para 2016 e que as tabelas teriam recursos garantidos na Lei Orçamentária Anual-LOA.
Em maio de 2015, foi concedido reajuste aos Policiais Civis na ordem de 5% sobre o subsídio, o que representou cerca de R$ 190 reais para um policial civil em início de carreira, ao passo que, para os delegados de polícia, esse reajuste, até julho de 2016, gira em torno de R$ 5.400 reais, o que representa 40%. Tal reajuste aumentou ainda mais o abismo salarial existente entre as carreiras da Polícia Civil.
Diante dessa disparidade, o Sinpol tentou, a todo custo, negociar com o secretariado do governo, com o fim de reduzir essa grande disparidade salarial e agraciar os Policiais Civis com uma remuneração justa.
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