A sessão de segunda-feira (1º) da CPMI do INSS foi marcada por um confronto direto entre o vice-presidente do colegiado, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), e o ex-coordenador de pagamentos do INSS, Jucimar Fonseca da Silva. A tensão cresceu ao longo do depoimento, até culminar em uma discussão com tom elevado por parte dos dois.
As discussões ganharam força quando Duarte Jr. reagiu à versão apresentada pelo depoente sobre sua atuação na área de descontos associativos. Segundo as investigações, Jucimar assinou a nota técnica que liberou, de uma só vez, pedidos de repasses feitos por uma das entidades envolvidas no esquema. Ele foi afastado do cargo judicialmente em 27 de julho. Diante da tentativa do ex-dirigente de sustentar que havia documentos internos contrariando o Ministério Público, o parlamentar cobrou que a suposta prova fosse apresentada imediatamente.
Sem obter resposta, Duarte exigiu que Jucimar lesse trechos de um parecer da Procuradoria-Geral Federal, que, de acordo com o deputado, mostraria que o acordo firmado com uma das entidades investigadas não poderia ter sido executado. O ex-coordenador insistiu que sua defesa constaria nos autos do processo, o que levou o parlamentar a elevar o tom e a acusá-lo de faltar com a verdade.
"O senhor vai continuar gritando comigo, rapaz? Você está pensando que está falando com quem? O senhor me respeita. Você responde quando eu pergunto. Você não venha levantar a voz para mim, não. (…) Essa sua mão está suja de corrupção."
Jucimar já havia faltado a duas convocações anteriores e acabou localizado pela Polícia Legislativa. Ele é alvo de diversos requerimentos de convocação e vinha apresentando atestados médicos para justificar as ausências.
A CPMI
A CPMI do INSS foi instalada em agosto de 2025 para investigar suspeitas de descontos associativos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas. Presidido por Carlos Viana (Podemos-MG) e com Duarte Jr. (PSB-MA) na vice-presidência, o colegiado apura a participação de servidores e dirigentes do INSS na autorização de repasses a entidades sob suspeita.
Desde o início dos trabalhos, a comissão tem convocado ex-gestores, requisitado documentos e analisado pareceres internos para rastrear responsabilidades e apontar possíveis falhas nos mecanismos de controle do instituto.
Com informações do Congresso em Foco
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