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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Dino diz que ex-assessora atuava "supostamente sob ordens diretas de Lira" no desvio de emendas parlamentares


O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado federal e ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), "supostamente estava atuando sob ordens diretas" do parlamentar.

Segundo o magistrado, que autorizou uma operação da PF (Polícia Federal) contra Mariângela nesta sexta-feira (12), a funcionária da Câmara dos Deputados "exercia o controle" de desvios de emendas parlamentares, decorrentes do orçamento secreto.

“Tais circunstâncias evidenciam fortes indícios de que a Representada integra uma estrutura organizada voltada ao indevido direcionamento de emendas parlamentares, supostamente atuando sob ordens diretas da antiga Presidência da Câmara dos Deputados, exercida pelo Deputado Arthur Lira, fato que ainda está em apuração", escreveu Dino.

O inquérito que resultou na operação contou com o depoimento de seis parlamentares. As audiências trazem indícios de que Tuca integrava uma "estrutura organizada" voltada ao desvio de emendas, que contava com o redirecionamento forçado dos recursos, determinado por Lira, cujo principal beneficiário era o estado de Alagoas.

O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) contou, por exemplo, episódios de pressão política, incluindo relatos de que Lira teria ameaçado retirar José Rocha da presidência de uma comissão para redirecionar recursos. Glauber também apontou repasses considerados atípicos para municípios de Alagoas, especialmente Rio Largo, governado por um aliado de Lira e beneficiado com valores muito acima do padrão.

Outro deputado, José Rocha (União-BA) relatou que, ao assumir a presidência de uma comissão, recebeu de Tuca minutas de ofício e planilhas de repasses que somavam mais de R$ 1 bilhão, sem identificação de autores, objetos ou beneficiários. Disse que insistiu, por WhatsApp, para obter essas informações, mas nunca recebeu os detalhes. Relatou que uma das remessas destinava R$ 320 milhões para Alagoas, estado de Arthur Lira, e que segurou o envio ao ministério até obter transparência, o que levou Lira a telefonar reclamando de que ele estaria “criando problema”.


A PF (Polícia Federal) realizou nesta sexta-feira (12), em Brasília, uma operação para investigar desvios na destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e que teve Mariângela Fialek (foto) como alvo. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa e sala de trabalho dela.

Atualmente, Mariângela está lotada como servidora da liderança do PP, mas sempre atuou como braço direito de Lira, principalmente à época em que ele era presidente da Câmara.

À CNN, a assessoria de Lira disse que não vai se manifestar sobre a operação porque o parlamentar não é investigado.

Com informações da CNN Brasil

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