O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Estado do Maranhão (STTREMA), Dorival Silva, disse não acreditar em susposta falência no sistema de transporte coletivo da capital maranhense.
Em entrevista ao programa
Ponto Final (Mirante AM), apresentado pelo jornalista Roberto Fernandes, Dorival acha que essa declaração do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) é uma forma de pressionar a Prefeitura a conceder reajuste nas tarifas cobradas pelas empresas que operam as linhas de ônibus da capital.
Segundo ele, esse tipo de situação nem sempre se reflete na melhoria e na modernização do serviço prestado à população, que continua deixando muito a desejar.
"Esta declaração trata-se também de uma desculpa antecipada do SET para não conceder aumento salarial com ganhos reais aos trabalhadores. O Sindicato não tem acesso à planilha dos empresários, mas se tivessem falidos já teriam fechado as portas das empresas. E se a crise existe não são os trabalhadores e o povo que têm que pagar por ela", contestou Dorival Silva.
A Crise- Em reportagem publicada na edição de domingo, dia 25, de
O Estado do Maranhão, o SET afirmou que as empresas prestadoras do serviço de transporte coletivo estão em situação de colapso financeiro-operacional e que algumas já deixaram de fornecer o ticket-alimentação e de pagar o plano de saúde de funcionários por falta de recursos financeiros.
A saída para amenizar o problema seria o reajuste da tarifa, a revisão de benefícios como a gratuidade concedida a idosos, além da concessão de subsídios ao setor por parte do Município.
Negociação- Dorival Silva anunciou o início das negociações pelo reajuste salarial da categoria. Na sexta-feira (30), às 14h, SET e STTREMA se reunirão para discutir o índice de aumento nos salários de motoristas, cobradores e fiscais, além de planos de saúde, odontológico e ticket-alimentação.
"Ainda não definimos qual será o percentual que solicitaremos este ano. Teremos esta primeira reunião, e os detalhes serão acertados ao longo do processo", comentou Dorival Silva, presidente do STTREMA.
Transparência - Na opinião de Dorival Silva, a planilha repassada pelos empresários do transporte coletivo à Prefeitura deveria ser transparente. "A população deveria ter acesso a ela, pois assim como nós rodoviários, a população também é prejudicada com a quantidade de ônibus que não atende a necessidade do usuário - defende.
O presidente do STTREMA disse que não está descartada a possibilidade de paralisação de atividades da categoria, como já ocorreu em anos anteriores, mas que não há previsão de uma nova greve. "A greve é nosso último recurso e depende do avanço nas negociações com os empresários. Não temos interesse em parar nosso serviço ou de causar transtornos aos usuários do transporte coletivo de São Luís. A população pode ficar tranquila", afirmou.
Ano passado, após quatro dias de greve durante o mês de maio, os rodoviários voltaram ao trabalho com um reajuste salarial de 8,30%, segundo determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Com informações do Imirante.com