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segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Filho de vereadora ameça pessoas em Paço do Lumiar
Em Paço do Lumiar, na manhã de domingo (30), um homem, que seria filho de uma vereadora, ameaçou diversas pessoas com uma arma de fogo em frente à delegacia do município. Toda confusão foi transmitida, ao vivo, pelo programa Domingo Mirante, da rádio Mirante AM, apresentado pelo jornalista Marcial Lima. As informações foram repassadas por um ouvinte identificado como Américo.
De acordo com o ouvinte, a confusão começou por uma pessoa que fazia propaganda. Durante a participação no programa, o ouvinte chega a dialogar com o homem armado – que não teve o nome divulgado –, pediu calma e apelou para que ele entregasse a arma. Ainda segundo o ouvinte, não havia policiais no local.
À rádio Mirante AM, o Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) informou que uma equipe havia sido deslocada ao local. O caso foi encaminhado à delegacia do Maiobão.
Quem será esse filho de uma vereadora? Pelo que eu sei, só existe uma vereadora de mandato no município de Paço do Lumiar-MA, ou será que estou enganado?
Com informações do blog do Moreira Neto
É hora do tudo ou nada
Restam agora só quatro programas eleitorais para os candidatos a prefeito e vereador. É a famosa hora da "onça beber água", num linguajar mais popularesco. Isso sem contar que os postulantes à Prefeitura de São Luís terão a grande oportunidade midiática de conquistar o eleitorado indeciso com a realização do debate na TV Mirante, que acontecerá na próxima quinta-feira (4), às 23h.
Para o debate estão convidados os candidatos João Castelo (PSDB), Edivaldo Holanda Jr (PTC), Washington Luiz Oliveira (PT), Eliziane Gama (PPS), Tadeu Palácio (PP) e Haroldo Sabóia (PSOL).
São os seis concorrentes mais bem colocados na última pesquisa Ibope/TV Mirante e cujos partidos ao qual estão filiados possuem representatividade na Câmara Federal. Os candidatos Marcos Silva (PSTU) e Ednaldo Neves (PRTB) serão contemplados com entrevistas no JMTV 1º Edição (das 12h às 12h30).
Por ser uma semana decisiva, todos os postulantes que estão na corrida sucessória municipal irão aproveitar os diversos espaços públicos para tentar conquistar o eleitorado indeciso, que ainda ultrapassa a casa dos 10%.
É aguardar pra ver!
Para o debate estão convidados os candidatos João Castelo (PSDB), Edivaldo Holanda Jr (PTC), Washington Luiz Oliveira (PT), Eliziane Gama (PPS), Tadeu Palácio (PP) e Haroldo Sabóia (PSOL).
São os seis concorrentes mais bem colocados na última pesquisa Ibope/TV Mirante e cujos partidos ao qual estão filiados possuem representatividade na Câmara Federal. Os candidatos Marcos Silva (PSTU) e Ednaldo Neves (PRTB) serão contemplados com entrevistas no JMTV 1º Edição (das 12h às 12h30).
Por ser uma semana decisiva, todos os postulantes que estão na corrida sucessória municipal irão aproveitar os diversos espaços públicos para tentar conquistar o eleitorado indeciso, que ainda ultrapassa a casa dos 10%.
É aguardar pra ver!
domingo, 30 de setembro de 2012
Quem quer ganhar a eleição 2012 terá de sarneysar
Um fato um tanto quanto curioso nesta corrida sucessória municipal vem chamando a atenção de muita gente. É que nestas eleições 2012, dois candidatos já aparecem como certos para disputar o segundo turno para a Prefeitura de São Luís. De um lado, o atual prefeito João Castelo (PSDB) e de outro, o jovem adversário Edvaldo Holanda Júnior (PTC).
Se observarmos pela óptica do cenário político que se avizinha, poderemos perceber que para vencer o pleito- no eventual segundo turno- ambos concorrentes terão que pisar em ovos, literalmente. O problema é que a galinha dos ovos de ouro pode estar sendo guardada pelo grupo Sarney.
Vamos ser mais explícito. Em terceiro lugar nas pesquisas aparece o candidato do PT e vice-governador do estado, Washington Luiz Oliveira, que certamente passará a ser cortejado num eventual segundo turno na capital maranhense.
É que os atuais 13% de intenções de voto do candidato petista fará a diferença na reta final e dará suporte necessário para quem deseja vencer o pleito. E para isso, teremos um candidato do PSDB querendo seu apoio e também outro do PTC na mesma linha.
A grande questão é quem terá a coragem de "sarneysar" abertamente, numa Ilha que se intitula rebelde, mas cujas práticas políticas ainda estão aquém da realidade administrativa.
Será que o todo-poderoso prefeito Castelo terá a coragem de pedir o apoio do grupo Sarney, que ele tanto combate; ou será que que o jovem Edivaldo Holanda Júnior deixará a logística traçada pelo comunista Flávio Dino para cair nos braços do velho Sarney que deixou uma pedra no caminho dos dois adversários.
Pelo visto a lógica da eleição em São Luís ainda guardará surpresas nessa reta final. Agora é que a gente quer ver quem irá "sarneysar".
E pegar ou perder a eleição!
Se observarmos pela óptica do cenário político que se avizinha, poderemos perceber que para vencer o pleito- no eventual segundo turno- ambos concorrentes terão que pisar em ovos, literalmente. O problema é que a galinha dos ovos de ouro pode estar sendo guardada pelo grupo Sarney.
Vamos ser mais explícito. Em terceiro lugar nas pesquisas aparece o candidato do PT e vice-governador do estado, Washington Luiz Oliveira, que certamente passará a ser cortejado num eventual segundo turno na capital maranhense.
É que os atuais 13% de intenções de voto do candidato petista fará a diferença na reta final e dará suporte necessário para quem deseja vencer o pleito. E para isso, teremos um candidato do PSDB querendo seu apoio e também outro do PTC na mesma linha.
A grande questão é quem terá a coragem de "sarneysar" abertamente, numa Ilha que se intitula rebelde, mas cujas práticas políticas ainda estão aquém da realidade administrativa.
Será que o todo-poderoso prefeito Castelo terá a coragem de pedir o apoio do grupo Sarney, que ele tanto combate; ou será que que o jovem Edivaldo Holanda Júnior deixará a logística traçada pelo comunista Flávio Dino para cair nos braços do velho Sarney que deixou uma pedra no caminho dos dois adversários.
Pelo visto a lógica da eleição em São Luís ainda guardará surpresas nessa reta final. Agora é que a gente quer ver quem irá "sarneysar".
E pegar ou perder a eleição!
Edivaldo encosta em Castelo
A nova pesquisa Escutec/O Estado, divulgada neste domingo mostra que o candidato da coligação "Muda São Luís", Edivaldo Holanda Jr (PTC) encostou mais ainda no candidato à reeleição, prefeito João Castelo (PSDB). Edivaldo aparece agora com 30% das intenções de voto, contra 32% do gestor municipal, que mostra estagnação em sua campanha.
Já o candidato da coligação "Juntos Por São Luís", Washington Luiz Oliveira (PT) manteve-se em terceiro lugar, na casa dos 13%; enquanto a candidata do PPS Eliziane Gama ficou em quarto, no patamar de 7,1%.
O candidato do PP e ex-prefeito, Tadeu Palácio, continua em quinto lugar, no patamar pífio de 4,2%, o que mostra que a campanha depois que perdeu fôlego, não tem poder de reação para subir e agora é esperar o que vem das urnas no dia 7 de outubro.
Os candidatos Marcos Silva (PSTU) aparece com 1,7%, Haroldo Sabóia 1,0% e Ednaldo Neves 0,1%.
Já o candidato da coligação "Juntos Por São Luís", Washington Luiz Oliveira (PT) manteve-se em terceiro lugar, na casa dos 13%; enquanto a candidata do PPS Eliziane Gama ficou em quarto, no patamar de 7,1%.
O candidato do PP e ex-prefeito, Tadeu Palácio, continua em quinto lugar, no patamar pífio de 4,2%, o que mostra que a campanha depois que perdeu fôlego, não tem poder de reação para subir e agora é esperar o que vem das urnas no dia 7 de outubro.
Os candidatos Marcos Silva (PSTU) aparece com 1,7%, Haroldo Sabóia 1,0% e Ednaldo Neves 0,1%.
sábado, 29 de setembro de 2012
Ministro dos Esportes diz que Castelo devia ter se aposentado
Ministro Aldo Rebelo |
As declarações do ministro Aldo Rebelo foram feitas por volta das 12h30 deste sábado, durante comício no comitê da juventude do candidato Edivaldo Holanda Júnior (PTC), na área do São Francisco. O petecista é adversário do gestor tucano na corrida à Prefeitura de São Luís.
Aldo Rebelo esteve na capital maranhense para oficializar apoio do Ministério dos Esportes e do Governo Federal à campanha do deputado federal Edivaldo Holanda Júnior. "Estaremos juntos para que o Maranhão possa desenvolver seus próprios atletas e em especial São Luís", declarou.
Fatos & Imagens > 29 de setembro de 1992: o impeachment de Fernando Collor
O impeachment de Fernando Collor
Em setembro de 1992 produziu-se neste país um dos mais surpreendentes desfechos para uma crise política que tudo indicava se encaminharia, como de costume, ou para mais uma ruptura da institucionalidade, ou, menos dramaticamente, para a manutenção no poder, até seu termo legal, de um governo em decomposição, sem credibilidade e, portanto, impotente diante de dificuldades que já se interpretavam como igualmente crônicas e insolúveis.
Quando, em 29 de setembro daquele já distante ano de 1992, sem golpe, sem interferência militar, os brasileiros acompanharam via tv e rádio, ao vivo, a deposição legal do presidente Fernando Collor de Mello, em sessão extraordinária do Congresso Nacional, encerrava-se de modo inusitado o primeiro governo civil e diretamente eleito após o Regime Militar, ao mesmo tempo em que se abria uma nova era para a política brasileira, da qual ainda hoje mal podemos visualizar e caracterizar os traços principais.
Como foi possível? Como, em pouco mais de dois anos, se viu um país mobilizar-se pela eleição de um candidato e dele livrar-se sem qualquer alteração nas regras do jogo democrático?
A ascensão do "caçador de marajás"
Não é possível se compreender a queda de Collor e sua deposição sem fazer referência ao modo com que ascendeu meteoricamente ao poder. Prefeito nomeado de Maceió, nos anos finais do regime militar, deputado federal pela legenda do Partido Democrático Social (PDS), Fernando Collor de Mello descende de rica e poderosa família de políticos e empresários, sendo filho de Arnon de Mello, governador e senador por Alagoas nas décadas de 1950 a 1980, e neto de Lindolfo Collor, primeiro ministro do Trabalho do Governo Provisório instalado após a Revolução de 1930.
Eleito em 1986 governador de Alagoas pela legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o jovem político implantou desde a posse um estilo de governo marcado pela polêmica e pela produção de fatos de interesse jornalístico que lhe permitiram, em pouco tempo, tornar-se conhecido e admirado em todo o território nacional, a despeito da diminuta importância política de seu estado. Meses após o início de seu mandato em Alagoas, Collor já era matéria de capa nos principais jornais e revistas de circulação nacional - e em breve também na tv - encarnando a personagem do "caçador de marajás", cuja bandeira política principal era o saneamento e a moralização da administração pública.
Rompido - espetacularmente - com o PMDB por força da transigência com que este partido, majoritário na Assembléia Nacional Constituinte, cedera às pressões do então presidente José Sarney para a fixação na Carta de 1988 do mandato de cinco anos para a presidência da República, Collor lançou-se candidato ao cargo na primeira eleição direta, pós-regime militar, pela legenda do obscuro Partido da Juventude (PJ), logo rebatizado de Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
Ao iniciar-se a campanha de 1989, o candidato do PRN coligou-se a outras legendas desconhecidas, utilizando habilmente, porém, os programas eleitorais destas agremiações para tornar famosa em todo o país a sua jovial e decidida figura de combatente da moralidade. Assumindo a liderança das pesquisas de intenção de voto em abril daquele ano, Collor transformou-se num fenômeno eleitoral e venceu a disputa, derrotando no segundo turno o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da Silva.
Cem dias de aventura
Ao assumir, o "caçador de marajás" pôs em funcionamento um ousado e polêmico plano de estabilização, o "Plano Collor I", voltado ao combate imediato de uma inflação que atingia então a cifra de 80% ao mês. A despeito do impacto do Plano - que entre outras medidas, confiscou a poupança dos brasileiros e limitou os saques aos bancos - Collor obteve grande apoio junto à sociedade e ao Congresso Nacional para implementar sua política econômica, que envolvia ainda toda uma agenda de reforma administrativa e privatizações.
O entusiasmo inicial com que se recebeu tanto o vigoroso presidente - flagrado quase que diariamente, nas primeiras semanas depois da posse, em atividades esportivas e espetaculares - quanto o seu programa de governo - calcado num receituário neoliberal que, a rigor, vinha sendo divulgado sistematicamente pela mídia há pelo menos um ano - refluiu em pouco tempo, uma vez que não apenas a inflação não se deixou abater, como a profunda e desorganizada intervenção do governo jogou a economia na recessão e confundiu a administração.
O começo do fim da Era Collor, porém, deu-se rapidamente, justamente na marca dos primeiros cem dias de governo, quando surgiu a primeira denúncia de tráfico de influências envolvendo Paulo César Farias, o PC, tesoureiro da campanha de Collor à presidência.
O resgate da aposta collorida
A denúncia inicial comprovou ser apenas a ponta de um iceberg que foi se tornando paulatinamente visível, semana a semana, numa série praticamente ininterrupta de revelações que não apenas minaram por completo a já de origem frágil base de apoio parlamentar do presidente, mas acima de tudo corroeram a imagem de campeão da moralidade que conduzira Collor ao poder.
O ápice desse processo de corrosão se deu em maio de 1992 - pouco mais de dois anos após a posse -, quando o próprio irmão do presidente, Pedro Collor, deu entrevista à revista Veja acusando PC de comandar um esquema de grande corrupção, com a conivência do primeiro mandatário da República.
Seguiu-se então um processo de investigação em que o Congresso, de um lado, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a chamada CPI do PC, e de outro, de modo tão ou mais decisivo, a mídia, mobilizaram a opinião pública nacional em prol da apuração completa dos fatos e responsabilidades.
Comprovado o esquema de corrupção e o envolvimento do presidente, a CPI apresentou seu relatório ao país e entidades da sociedade civil - lideradas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) - deram entrada no pedido de impeachment do presidente, o que levou a Câmara dos Deputados a afastar Collor do poder, em 29 de setembro.
Três meses depois, antes de ser julgado e impedido definitivamente pelo Senado Federal, Collor renunciou. Mesmo assim teve seus direitos políticos cassados por oito anos. O vice-presidente Itamar Franco assumiu em definitivo o cargo e completou o mandato restante.
Lições e desdobramentos
Inocentado pelo Supremo Tribunal Federal da acusação de corrupção passiva, em 1994, Collor teve de aguardar, porém, o prazo previsto para readquirir o direito a concorrer a um cargo público.
Hoje ele disputa, novamente, o governo de Alagoas, e segue gozando de considerável prestígio político.
A despeito da insatisfação de grande parte da população brasileira, por considerar que, de certo modo, o ex-presidente não foi punido pelos atos que lhe custaram o mandato, em 1992, ainda assim - ou por isso mesmo - seu nome continua marcado para a posteridade e associado a uma grande decepção e a uma cultura política rejeitada pelos grandes formadores de opinião (exemplo disso se deu nas recentes tentativas de associação de seu nome ao de um dos atuais candidatos à presidência, e na pronta recusa deste em aceitar o apoio de Collor).
O que não se pode duvidar, contudo, é que desde então é cada vez maior a certeza de que a qualquer momento um ocupante de cargo público pode ser chamado a prestar contas à sociedade por qualquer eventual desvio de conduta. Seja ele um simples vereador, do mais humilde e remoto município, ou Sua Excelência, o Presidente do Brasil.
Fernando Lattman-Weltman
--------------------------------------------------------------------------------
Este artigo resume, em linhas bem gerais, os resultados da pesquisa realizada sobre a ascensão e queda de Fernando Collor publicada em: LATTMAN-WELTMAN, Fernando, CARNEIRO, José Alan Dias & RAMOS, Plínio de Abreu, A Imprensa faz e Desfaz um Presidente, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1994.
Fonte: FGV CPDOC
Em setembro de 1992 produziu-se neste país um dos mais surpreendentes desfechos para uma crise política que tudo indicava se encaminharia, como de costume, ou para mais uma ruptura da institucionalidade, ou, menos dramaticamente, para a manutenção no poder, até seu termo legal, de um governo em decomposição, sem credibilidade e, portanto, impotente diante de dificuldades que já se interpretavam como igualmente crônicas e insolúveis.
Quando, em 29 de setembro daquele já distante ano de 1992, sem golpe, sem interferência militar, os brasileiros acompanharam via tv e rádio, ao vivo, a deposição legal do presidente Fernando Collor de Mello, em sessão extraordinária do Congresso Nacional, encerrava-se de modo inusitado o primeiro governo civil e diretamente eleito após o Regime Militar, ao mesmo tempo em que se abria uma nova era para a política brasileira, da qual ainda hoje mal podemos visualizar e caracterizar os traços principais.
Como foi possível? Como, em pouco mais de dois anos, se viu um país mobilizar-se pela eleição de um candidato e dele livrar-se sem qualquer alteração nas regras do jogo democrático?
A ascensão do "caçador de marajás"
Não é possível se compreender a queda de Collor e sua deposição sem fazer referência ao modo com que ascendeu meteoricamente ao poder. Prefeito nomeado de Maceió, nos anos finais do regime militar, deputado federal pela legenda do Partido Democrático Social (PDS), Fernando Collor de Mello descende de rica e poderosa família de políticos e empresários, sendo filho de Arnon de Mello, governador e senador por Alagoas nas décadas de 1950 a 1980, e neto de Lindolfo Collor, primeiro ministro do Trabalho do Governo Provisório instalado após a Revolução de 1930.
Eleito em 1986 governador de Alagoas pela legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o jovem político implantou desde a posse um estilo de governo marcado pela polêmica e pela produção de fatos de interesse jornalístico que lhe permitiram, em pouco tempo, tornar-se conhecido e admirado em todo o território nacional, a despeito da diminuta importância política de seu estado. Meses após o início de seu mandato em Alagoas, Collor já era matéria de capa nos principais jornais e revistas de circulação nacional - e em breve também na tv - encarnando a personagem do "caçador de marajás", cuja bandeira política principal era o saneamento e a moralização da administração pública.
Rompido - espetacularmente - com o PMDB por força da transigência com que este partido, majoritário na Assembléia Nacional Constituinte, cedera às pressões do então presidente José Sarney para a fixação na Carta de 1988 do mandato de cinco anos para a presidência da República, Collor lançou-se candidato ao cargo na primeira eleição direta, pós-regime militar, pela legenda do obscuro Partido da Juventude (PJ), logo rebatizado de Partido da Reconstrução Nacional (PRN).
Ao iniciar-se a campanha de 1989, o candidato do PRN coligou-se a outras legendas desconhecidas, utilizando habilmente, porém, os programas eleitorais destas agremiações para tornar famosa em todo o país a sua jovial e decidida figura de combatente da moralidade. Assumindo a liderança das pesquisas de intenção de voto em abril daquele ano, Collor transformou-se num fenômeno eleitoral e venceu a disputa, derrotando no segundo turno o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da Silva.
Cem dias de aventura
Ao assumir, o "caçador de marajás" pôs em funcionamento um ousado e polêmico plano de estabilização, o "Plano Collor I", voltado ao combate imediato de uma inflação que atingia então a cifra de 80% ao mês. A despeito do impacto do Plano - que entre outras medidas, confiscou a poupança dos brasileiros e limitou os saques aos bancos - Collor obteve grande apoio junto à sociedade e ao Congresso Nacional para implementar sua política econômica, que envolvia ainda toda uma agenda de reforma administrativa e privatizações.
O entusiasmo inicial com que se recebeu tanto o vigoroso presidente - flagrado quase que diariamente, nas primeiras semanas depois da posse, em atividades esportivas e espetaculares - quanto o seu programa de governo - calcado num receituário neoliberal que, a rigor, vinha sendo divulgado sistematicamente pela mídia há pelo menos um ano - refluiu em pouco tempo, uma vez que não apenas a inflação não se deixou abater, como a profunda e desorganizada intervenção do governo jogou a economia na recessão e confundiu a administração.
O começo do fim da Era Collor, porém, deu-se rapidamente, justamente na marca dos primeiros cem dias de governo, quando surgiu a primeira denúncia de tráfico de influências envolvendo Paulo César Farias, o PC, tesoureiro da campanha de Collor à presidência.
O resgate da aposta collorida
A denúncia inicial comprovou ser apenas a ponta de um iceberg que foi se tornando paulatinamente visível, semana a semana, numa série praticamente ininterrupta de revelações que não apenas minaram por completo a já de origem frágil base de apoio parlamentar do presidente, mas acima de tudo corroeram a imagem de campeão da moralidade que conduzira Collor ao poder.
O ápice desse processo de corrosão se deu em maio de 1992 - pouco mais de dois anos após a posse -, quando o próprio irmão do presidente, Pedro Collor, deu entrevista à revista Veja acusando PC de comandar um esquema de grande corrupção, com a conivência do primeiro mandatário da República.
Seguiu-se então um processo de investigação em que o Congresso, de um lado, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, a chamada CPI do PC, e de outro, de modo tão ou mais decisivo, a mídia, mobilizaram a opinião pública nacional em prol da apuração completa dos fatos e responsabilidades.
Comprovado o esquema de corrupção e o envolvimento do presidente, a CPI apresentou seu relatório ao país e entidades da sociedade civil - lideradas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) - deram entrada no pedido de impeachment do presidente, o que levou a Câmara dos Deputados a afastar Collor do poder, em 29 de setembro.
Três meses depois, antes de ser julgado e impedido definitivamente pelo Senado Federal, Collor renunciou. Mesmo assim teve seus direitos políticos cassados por oito anos. O vice-presidente Itamar Franco assumiu em definitivo o cargo e completou o mandato restante.
Lições e desdobramentos
Inocentado pelo Supremo Tribunal Federal da acusação de corrupção passiva, em 1994, Collor teve de aguardar, porém, o prazo previsto para readquirir o direito a concorrer a um cargo público.
Hoje ele disputa, novamente, o governo de Alagoas, e segue gozando de considerável prestígio político.
A despeito da insatisfação de grande parte da população brasileira, por considerar que, de certo modo, o ex-presidente não foi punido pelos atos que lhe custaram o mandato, em 1992, ainda assim - ou por isso mesmo - seu nome continua marcado para a posteridade e associado a uma grande decepção e a uma cultura política rejeitada pelos grandes formadores de opinião (exemplo disso se deu nas recentes tentativas de associação de seu nome ao de um dos atuais candidatos à presidência, e na pronta recusa deste em aceitar o apoio de Collor).
O que não se pode duvidar, contudo, é que desde então é cada vez maior a certeza de que a qualquer momento um ocupante de cargo público pode ser chamado a prestar contas à sociedade por qualquer eventual desvio de conduta. Seja ele um simples vereador, do mais humilde e remoto município, ou Sua Excelência, o Presidente do Brasil.
Fernando Lattman-Weltman
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Este artigo resume, em linhas bem gerais, os resultados da pesquisa realizada sobre a ascensão e queda de Fernando Collor publicada em: LATTMAN-WELTMAN, Fernando, CARNEIRO, José Alan Dias & RAMOS, Plínio de Abreu, A Imprensa faz e Desfaz um Presidente, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1994.
Fonte: FGV CPDOC
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Secretário é enterrado com emoção em Santa Luzia
Foi enterrado na tarde desta sexta-feira, em Santa Luzia, distante 294 Km de São Luís, o corpo do secretário municipal de Meio Ambiente, Elias Mendes Souza, assassinado a tiros no fim da tarde da última quinta-feira.O clima na cidade é de tristeza e revolta.
Elias Mendes Souza, de 52 anos, foi morto na porta de casa com quatro tiros. Pessoas que testemunharam o crime disseram que os assassinos chegaram em uma motocicleta pararam em frente à casa da vítima, que no momento estava no portão, e fizeram os disparos à queima-roupa.
“Eles chegaram, um ficou na moto, outro desceu e o Elias estava na porta. Ele só chegou e atirou em cima dele [Elias]. Deu três tiros e quando ele caiu, deu mais outro. A esposa dele disse ‘tu tá matando meu esposo. Ele só fez olhar para trás, montou na moto e saiu sorrindo”, contou uma das testemunhas.
O corpo de Elias Mendes foi velado em uma igreja evangélica que ele frequentava. Inconformados, parentes e amigos esperam por justiça. “Era mesmo um pai exemplar e só quem perde somos nós. Eu como filho, toda minha família perde muito com a morte de meu pai. Foi uma tragédia muito grande. Com certeza queremos justiça”, disse Ricardo Santos Sousa, filho da vítima.
O ambiente é tenso em Santa Luzia. A Polícia Militar faz rondas na cidade para impedir tumultos. As investigações começaram após o assassinato, mas até agora não há pistas dos criminosos.
Ministério Público alerta sobre compra de votos em Timon
O Ministério Público Eleitoral (MPE) faz um alerta a toda população da cidade de Timon acerca do crime eleitoral de compra de votos, em virtude de alguns boatos que circulam pela cidade de que pessoas ligadas a candidatos estariam com recursos reservados para esse fim, na reta final da campanha eleitoral.
Os promotores eleitorais, Marco Antonio Camardella da Silveira e Elda Maria Alves Moureira declararam que o Ministério Público Eleitoral já acionou a Polícia Federal nesse sentido. De acordo com os promotores, os dois órgãos estão atentos e com uma estrutura mobilizada para coibir a possível prática de compra de votos nos últimos dias que antecedem a eleição municipal.
Eles destacam que o crime de compra de votos se caracteriza pela entrega de qualquer bem ou vantagem ao eleitor em troca do voto e é cometido tanto por quem compra como por quem recebe o benefício.
Os promotores informam, ainda, que as denúncias podem ser encaminhadas ao Ministério Público diretamente para o Fórum Eleitoral de Timon (Rua Dra Lizete Oliveira Farias, s/n - Bairro Parque Piauí) ou por meio dos telefones: (99)3212-4040/3212-3548.
Com informações do Ministério Público Eleitoral
Com informações do Ministério Público Eleitoral
O poder da bala na política do Maranhão
Ao que tudo indica, voltamos à época dos temidos coronéis, do início do século XX, que mandavam na política das cidades brasileiras sob o temor da truculência, onde falava mais alto quem tinha dinheiro e muita munição para a jagunçada. Basta ver os recentes crimes no interior do estado que aparentam pura conotação política.
Apenas cinco dias depois depois do assassinato do vereador e candidato à reeleição, Aldo Andrade, do município de Barra do Corda, ontem à noite foi a vez do secretário de Meio Ambiente de Santa Luzia, Elias Mendes Souza, que foi assassinado a bala.
Segundo informações repassadas pela polícia, o gestor municipal estava na porta de casa quando chegaram dois homens em uma motocicleta e dispararam quatro tiros. Mendes ainda foi socorrido e levado ao hospital da cidade, mas acabou não resistindo à gravidade dos ferimentos.
A polícia investiga o caso e não descarta a hipótese de que o crime esteja ligado à sucessão municipal. O secretário era um dos coordenadores da campanha de reeleição do prefeito Marcio Rodrigues (PMDB).
Santa Luzia é dos 27 municípios maranhenses que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o envio de tropas federais para ajudar na organização e seguranças das eleições de 7 de outubro.
Só julgamento de câmaras municipais torna prefeitos inelegíveis
Pleno do TSE |
O posicionamento derrubou a divergência, segundo a qual a simples rejeição das contas pelos TCEs já geraria a inelegibilidade. A decisão ocorreu no bojo do julgamento que validou o deferimento do registro de candidatura de Sandoval Cadengue de Santana ao cargo de prefeito de Brejão, no agreste pernambucano.
O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) manteve a sentença de primeiro grau, apesar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) ter rejeitado as contas de Sandoval, referentes a 2001 e 2004, que o candidato foi prefeito municipal.
O TRE-PE concluiu na linha de entendimento do TSE que a competência do julgamento das contas do prefeito é da Câmara Municipal e, dessa forma, não havendo, no caso, decisão da Câmara de Vereadores rejeitando as contas, o candidato não estaria inelegível.
O Tribunal se baseou na alínea G do artigo 1º da Lei das Inelegibilidades (LC 64/90), modificada pela Lei da Ficha Limpa (LC 135/10). Essa alínea considera inelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, para as eleições que se realizarem nos oito anos seguintes, contados a partir da data da decisão.
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