O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) declarou que o governo do presidente Jair Bolsonaro recriou uma espécie de "capitão mato" [serviçal de uma fazendo ou feitoria encarregado da captura de negros escravos] para assumir o comando da Fundação Palmares, que minimiza a existência da escravidão no Brasil.
Para Jerry, as declarações do novo representante da entidade, jornalista Sérgio Nascimento, que deveria promover a ascensão de grupos socialmente minoritários, são resultado da conduta extremista do atual governo Bolsonaro e fruto das relações que o presidente mantém com o poder paralelo das milícias que operam no país.
"A intimidade de Bolsonaro com as milícias o fez resgatar uma espécie de capitão do mato para dirigir a Fundação Palmares. Sim, os capitães do mato agiam em forma de milícias para manter preso ou capturar escravos que fugiam em busca da liberdade", disse o deputado comunista.
O novo dirigente da Fundação Palmares passou a ser o assunto polêmico mais comentado nas redes sociais e no seio do movimento negro no país. Apesar de ser negro, Sérgio Nascimento se coloca contra a classe artística e lideranças que militam pela igualdade racial, revelando uma austera política preconceituosa defendida pelo atual governo Bolsonaro.