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sexta-feira, 13 de março de 2015

Lobão diz que foi incluído "sem provas" na operação Lava Jato

Por Cristiane Jungblut/ O Globo

BRASÍLIA - Alvo de inquérito dentro da Operação Lava-Jato, o ex-ministro de Minas e Energia e atual senador, Edison Lobão (PMDB-MA), fez um discurso no plenário do Senado se defendendo das acusações do Ministério Público da União. Mesmo na lista, Lobão foi indicado pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), para presidir a Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Em plenário, Lobão disse que foi incluído "sem provas" na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e que está sendo "vítima" e que não conhece o doleiro Alberto Youssef.

O senador disse ainda que teve apenas relações institucionais com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que citou o nome de Lobão em seus depoimentos à Polícia Federal, dentro do processo de delação premiada. Segundo o Ministério Público, Lobão é suspeito de solicitar e receber, em 2008, R$ 1 milhão de Paulo Roberto Costa e, em 2010, R$ 2 milhões para a campanha da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao governo do Maranhão. Também é acusado de receber valores mensais de contratos da Petrobras depois de atuar, com um grupo de peemedebistas, pela permanência de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor em 2007.

— É preocupante o poder que se confere ao instituto da delação premiada. Um dos delatores disse que eu sacramentara em 2006 a permanência de Paulo Roberto Costa, Em 2006, eu sequer era filiado ao PMDB. Só em 2007 me filiei ao PMDB. E só fui conhecer Paulo Roberto Costa em 2008, quando fui nomeado ministro. Em seu pedido de investigação, o procurador alega que Paulo Roberto disse que, ao meu pedido, destinou recursos para a campanha da Roseana. Quem desmente isso é o próprio Youssef, que informa que sequer me conhece e que jamais intermediou nada a meu pedido ou em meu benefício. Eu jamais o vi na vida — disse Lobão.

Lobão disse que está sendo acusado "injustamente". Ele disse que não integrou o Conselho de Administração da Petrobras e que teve um relacionamento "exclusivamente institucional" com Paulo Roberto Costa.

— Sem nenhuma prova, fui incluído. Observem que há quase três meses, quando as investigações mal tinham começado, meu nome já estava exposto, numa condenação antecipada e num vazamento criminoso. Não tomei parte da escolha de nenhum dos integrantes da diretoria da Petrobras. Não tenho nada a temer. Tenho as mãos e a consciência limpas — disse Lobão, acrescentando:

— Tenho direito de acreditar na Justiça. Não descansarei enquanto a minha verdade não vier à tona, límpida e cristalina, provando a inconsistência desse processo. Tenho uma vida sem manchas, sem mágoa. É em nome desse patrimônio que ocupo essa tribuna para repudiar, com toda veemência e indignação a tentativa de envolvimento do meu nome no maior escândalo de corrupção que atinge a Petrobras.

Depois do discurso, Lobão não recebeu nenhum apoio de integrantes do PMDB. Pouco antes, o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), estava no plenário e sabia do discurso. Eunício confirmou que indicou nesta quinta-feira o senador Lobão para comandar a CAS.

Lobão queria comandar a poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Mas o líder do PMDB nunca quis indicá-lo para a CCJ. Curiosamente, Lobão não foi indicado para a Comissão de Serviços de Infraestrutura, mesmo tendo sido ministro de Minas e Energia.

O PMDB indicou para a Comissão de Infraestrutura o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), ex-ministro da Previdência.

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