Por Lilian Witte Fibe
Estou muda. Deixa ver se eu entendi. Os servidores esperam 7 meses a mais pelo reajuste, adiado de janeiro para agosto do ano que vem, enquanto a inflação come o salário em quase 10% ao ano. Isso equivale a um “corte” de R$ 7 bilhões.
Já na prometidíssima redução dos ministérios, o “corte” possível é de R$ 200 milhões. E ainda vão ser anunciados. Ninguém sabe ninguém viu o que nem quem vai ser “economizado”.
Corta o Minha Casa, Minha Vida, corta o PAC (programa que deveria acelerar o crescimento mas que resultou no encolhimento do Brasil), corta na Saúde.
E propõe a volta da CPMF.
Essa depende do Congresso, que, em 2007, impôs a primeira derrota ao então superpopular presidente Lula, recusando-se a prorrogá-la.
Não vou comentar a pérola do dia, pronunciada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre o imposto. ” Você compra um ingresso de cinema com cartão e teria, por exemplo, dois milésimos pra ajudar a cobrir o rombo.”
Tive que ouvir, ler e reler várias vezes o que ele disse para acreditar.
Quanto dinheiro na propaganda do Minha Casa, Minha Vida, pra anunciar corte de – um momento. 15 dividido por 3 ainda é igual a 5. Estão cortando em um terço o Minha Casa Minha Vida, embora aleguem uma tremenda ginástica fiscal via uso do dinheiro do Fundo de Garantia. Previstos 15, suprimem-se 4.8 bilhões, com a observação de que se trata de “transferência de recursos”.
PAC e Saúde: machado igual nos dois.
E mais uma tonelada de medidas cheia de nomes técnicos. Que preveem também o aumento do imposto das empresas. Que preguiça. Que decepção. Coitados. Esses dois ministros, Levy e Nelson Barbosa, Planejamento, neste momento, me inspiram sentimento de pena, de piedade.
Recessão, sai de baixo.
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