O diretor da Rádio Timbira AM (Nova 1290), Robson Paz, voltou a criticar, por meio de artigo, a postura do grupo Sarney na clara tentativa de tirar do ar a emissora oficial do governo do Maranhão.
Segundo ele, é inadmissível observar que o grupo político do estado que há anos detém o maior conglomerado de comunicação [rádio, jornal e TV], agora se propõe a fechar a única emissora de rádio pertencente ao povo maranhense.
Leia abaixo a íntegra do artigo:
Caçada
à liberdade de imprensa
Na semana em
que o Brasil lamentou a perda de Alberto Dines, um dos mais notáveis
jornalistas do país, o Maranhão foi surpreendido com anúncio feito pelo jornal
“O Estado do Maranhão”, de propriedade do ex-senador José Sarney, de que o
grupo político por ele liderado quer fechar a Rádio Timbira AM por até seis
meses.
Com
injustificado ar de regozijo, o jornal afirma que há quatro representações
contra a emissora estatal na Justiça Eleitoral, Ministério Público Eleitoral e
no Ministério das Comunicações, sob inconsistenteargumento de que o
veículo estaria sendo indevidamente usado com fins eleitorais.
Embora não seja
novidade, é inusitado que o grupo que detém o maior conglomerado de
comunicação do estado proponha fechar a única emissora de rádio pertencente ao
povo do Maranhão.
Não há registro
de qualquer desrespeito à legislação pela Nova 1290 Timbira AM. No período
pré–eleitoral, a lei veda aos veículos de comunicação pedido explícito de voto,
fato que jamais ocorreu na emissora.
Pelo contrário,
a linha estabelecida na rádio é explícita para que todo o esforço da equipe
seja voltado à prática de jornalismo ético, democrático e
responsável.
O jornal do
ex-senador Sarney faz referência a fato comprovadamente inexistente. A
transmissão do ato político do ex-presidente Lula pela Timbira. O monitoramento
da rádio exigência da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) demonstra
que tal evento público jamais foi transmitido. Naquele ato, houve sim cobertura
jornalística, pois se tratava de fato de interesse público. Conduta adotada
pela emissora em atos de outros líderes presidenciáveis que visitaram o
Maranhão, como Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), João Dória (PSDB),
Guilherme Boulos (PSol), Rodrigo Maia (DEM). Aliás, pluralidade de vozes
proporcionada também em nível estadual com reportagens que tiveram como
protagonistas políticos de diferentes correntes ideológicas.
A Rádio
Timbira, antes proibida pelo governo anterior de colocar ouvintes no ar, hoje
se constitui no mais democrático espaço para a livre manifestação
independentemente de ideologia, credo ou gênero em toda a programação. Isto
resguardados os marcos da civilidade e do respeito ao regramento
constitucional. Não cabem, pois, os argumentos das quatro representações que
tentam colocar mordaça na primeira rádio do Maranhão. Isto posto, só resta uma
explicação para que a emissora estatal incomode poderosos do estado: o
jornalismo.
Sim, em pleno
século 21, praticar jornalismo sério no Maranhão, dar voz a quem antes não
tinha, é ato impensável para censuradores. Talvez porque seus arsenais
midiáticos não informem a população sobre ações de interesse público nas mais
diversas áreas.
A censura que
tentam impor à Timbira é prática diária dos meios de comunicação sob controle
daqueles que ora acusam a emissora. Por tudo isto, convido
publicamente os autores das representações, os deputados Eduardo
Braide (PMN), Adriano Sarney(PV), Andreia Murad (PRP) e Hildo
Rocha (MDB),para entrevistas, ao vivo, em nossos
estúdios. Oportunidade para demonstrar uma vez mais o caráter democrático
e plural da Rádio Timbira. A Rádio de todos nós.
Por Robson Paz
Radialista,
jornalista, Secretário adjunto de Comunicação Social e diretor-geral da Nova
1290 Timbira AM
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