O jornal Folha de S. Paulo levantou dados por meio da Lei de Acesso à Informação e descobriu que ministros do governo do presidente Michel Temer (PMDB) usaram voos da Força Aérea Brasileira (FAB), requisitados com o propósito de cumprir agendas de trabalho, para transportar parentes, amigos e representantes do setor privado. Há carona a mulheres e filhos, que não têm vínculo nenhum com a administração pública.
O decreto 4.244/2002, que dispõe sobre os voos, permite o uso da frota "somente" para o transporte de vice-presidente, ministros de Estado, chefes dos três Poderes e das Forças Armadas, salvo nos casos em que há autorização especial do ministro da Defesa.
De acordo com a Folha, a norma não autoriza expressamente o embarque de pessoas sem cargo ou função pública. Também não há previsão para que congressistas peguem carona.
Entre 13 e 16 de outubro de 2016, a FAB cedeu um de seus jatos para que o titular do Ministério de Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), participasse de encontro sobre sustentabilidade no Pantanal.
O evento, emendado com o Dia das Crianças, se deu no Refúgio Ecológico Caiman, hotel luxuoso em Miranda (MS). Na comitiva estava o filho de 11 anos do ministro. A FAB alega que recebe das autoridades a lista dos passageiros, mas não tem responsabilidade sobre as comitivas.
No início de 2017 a Comissão de Ética Pública da Presidência iniciou um processo contra Sarney Filho, por uso irregular de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Veja aqui.
Questionado pela Folha sobre o voo da FAB, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que "nenhuma hospedagem" de "qualquer membro" da família de Sarney Filho foi paga com dinheiro público. Ou seja, fugiu do assunto.
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