Do Congresso em Foco
Brasília- Contagem regressiva para que o ex-presidente Lula substitua Dilma Rousseff como candidato do PT à Presidência da República. Eis o mote do site “Lula 2014”, que conta os dias, literalmente, para que o partido promova a troca. E com um fator determinante: a legislação eleitoral fixou em 15 de setembro a data limite para que candidatos sejam substituídos. A iniciativa surge no momento em que pesquisas eleitorais mostram a ameaça real que a candidata Marina Silva (PSB) representa para o projeto de reeleição de Dilma, segundo as mais recentes pesquisas de intenção de voto.
Com erros de gramática, o site levado ontem (quarta, 3) ao ar, faz uma verdadeira campanha para a volta de Lula. “80% dos brasileiros querem Lula presidente 2014”, registra a página, dando início à contagem de olho no prazo eleitoral. “11 para Lula ser o nosso candidato à [sic] presidente!” Anônimos, os autores da página virtual intitulam-se “Movimento Lula 2014”.
Na página, registrada em nome de uma empresa norte-americana, imagens alternando-se a cada quatro segundos mostram Lula em situações de campanha eleitoral. Pode-se ver em uma das imagens Lula sendo tocado por uma criança negra nos ombros de um adulto, no meio de populares, com os dizeres “mais do que nunca, Lula de novo nos braços do povo”.
Em outra imagem, o site volta a pecar no uso da língua ao registrar a inscrição “a esperança que [sic] o Brasil precisa”, na foto de Lula ao microfone imerso em pingos de chuva, no que parece ser um palanque à noite. Em tonalidades escuras, o registro sublinha o rosto emocionado de Lula ao discursar para uma plateia que não aparece na imagem. Também há textos sobre as realizações de Lula e vídeos de campanhas anteriores em que Lula é retratado como “o primeiro presidente que tem a alma do povo e a cara da gente”.
Tombo
Coincidência ou não, o ex-presidente Lula disse ontem (3), ao participar de evento de campanha na Bahia, que estará “vivo e com 72 anos” em 2018, ano das próximas eleições presidenciais – na ocasião, Lula se abaixou para cumprimentar militantes, desequilibrou-se e foi ao chão, rapidamente acudido por correligionários. O petista, no entanto, negou que disputará o posto neste ano ao pedir voto para Dilma em 5 de outubro.
“Eles devem se preparar, porque eu vou estar vivo [...] É muito cedo para a gente discutir, mas uma coisa eu digo para vocês: em 2018, eu vou estar com 72 anos; enquanto eu tiver forças para brigar por este país, eu não vou permitir que aqueles que não fizeram nada pelo Brasil em 500 anos voltem [ao poder]”, bradou Lula, no palanque montado no subúrbio de Salvador, fustigando o grupo político do candidato do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves.
Internamente, o PT tem no ex-presidente um nome imbatível na disputa presidencial, bem como o principal cabo eleitoral de petistas e aliados, seja qual for o cargo eletivo em questão. Desde a campanha eleitoral de 2010, vencida por Dilma na esteira dos altíssimos índices de aprovação do governo Lula, setores mais radicais da legenda recorrentemente têm causado problemas ao projeto de manutenção de Dilma no poder.
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