“Produzir mais de 40 discos em vinil foi uma iniciativa que não teve qualquer utilização de recursos públicos de qualquer natureza”, frisa José Raimundo Rodrigues na apresentação do catálogo que, de igual modo, também não teve nenhum patrocínio do erário.
No catálogo são apresentados 39 títulos, com a descrição do processo de produção, escolha do repertório e gravação, todas elas realizadas no estádio do Nonato rodrigues (nenhum parentesco com o pinheirense Zé Raimundo), maestro da banda de legado histórico, Nonato e Seu Conjunto.
O LP do 1º Festival de Toadas de Bumba-meu-boi do Maranhão descortinou a produção fonográfica da JBG em 1986. O repertório é composto de toadas dos 12 classificados do festival. É um disco que junta os bambas do bumba-meu-boi, muitos destes in memoriam:
Osvaldo Preto, do boi de orquestra de Ribamar; Zé Olhinho, hoje no famosão Unidos de Santa Fé, àquela época representando o Boi de Pindaré; Humberto, sempre do Maracanã; Lobato, idem de Morros; Diniz Barros, do sotaque da baixada de São Vicente Férrer; Aurílio, de zabumba de Ivar Saldanha; Josemar, de matraca da Madre Deus; Manequinho e Donato Alves, artífices do orquestra de Axixá; Tareira, de matraca de Iguaíba; Gago, do sotaque da Baixada de São João Batista; Antonio Fausto, que deixou os terreiros de São João recentemente, quando ainda estaca no Bairro de Fátima com seu zabumba;e, fechando o lado B, Tonico, de zabumab da Fé em Deus.
É uma lista extensa, que exige espaço nas páginas de papel e mídias digitais (em breve estará à disposição), as toadas registradas pela JBG no formato de saudosa memória. De capas simples, algumas sem a exuberância das cores contemporâneas.
São registros dos batalhões tradicionais como Maracanã, Axixá, Maioba e tantos e tantos outros. E, de quebra, José Raimundo Rodrigues colocou seu selo a serviço da música religiosa da Irmão Teresa de Jesus (Deus é grande, de 1995; da música afro-maranhense, com Malungos,de Escrete e Tadeu de Obatalá; ao rótulo brega de Giovani Pappini, esse maranhense com sotaque italiano que se mudou para São Paulo; e muitos outros que têm seu trabalho sonoro na ponta d´agulha das antigas radiolas.
Por limitações financeiras, José Raimundo Rodrigues imprimiu as capas dos Lps em preto e branco. Mas, para breve, o produtor prepara um segundo catálogo, desta vez reunindo todos os CDs lançados pela JBG.
SERVIÇO
Lançamento do livro: “A maior produção independente de discos em vinil do Maranhão”
De José Raimundo Rodrigues
Quando: nesta quarta-feira, 28 de junho, véspera de São Pedro, dia de ir pro Largo do santo
Onde: Sebo da Sé (Av. Pedro II (Beco da Sé, ao lado do IEMA Gastronomia), Centro, às 19 horas.
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