O advogado e ex-juiz Márlon Reis, um dos idealizadores e redatores da Lei da Ficha Limpa, acredita que a inclusão de uma minuta golpista “é absolutamente irrelevante para o julgamento” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cujo processo volta a ser retomado nesta terça-feira, 27, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo ele, Bolsonaro cometeu abuso de poder político e abuso dos meios de comunicação — e isso independe do fato de a minuta ser considerada como prova ou não.
A declaração do advogado, em uma live ao Congresso em Foco, na noite da segunda-feira, 26, contraria um dos argumentos da defesa do ex-presidente, que questiona a inclusão da minuta no processo. Para Márlon, isso é secundário; o resultado seria o mesmo sem ela.
A sessão do TSE será retomada com o voto do relator Benedito Gonçalves, a partir das 19h, em uma descrição que pode ser bastante extensa. Na opinião de Reis, o julgamento não deve ser concluído já na terça. O advogado aposta que o relator deve votar e depois a sessão será suspensa para que, na quinta-feira, 29, os outros ministros anunciem seus votos.
Márlon ainda opina sobre o possível resultado: “Acredito que o tribunal irá declarar a inelegibilidade, com voto contra de [ministro do TSE] Cássio Nunes Marques”. O prognóstico é “por achar que ele [Nunes Marques], nesse tema, por ter votado contra a Lei da Ficha Limpa no passado, fique do lado do ex-presidente”, opinou.
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